Saúde

Em coletiva, secretário de Saúde diz que vacina italiana pode ser testada em 30 mil pessoas no ES

19 mar 2021 - 12:10

Redação Em Dia ES

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Governo do Estado está negociando com laboratório da Itália para que a última fase dos testes seja realizada com capixabas
Uma vacina em produção na Itália pode ter terceira fase de testes realizada no Espírito Santo. A informação foi confirmada pelo secretário de Saúde do Estado, Nésio Fernandes, durante coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (19). Uma reunião com as definições deve ocorrer na próxima semana.

De acordo com o secretário, o governo do Estado está negociando com o laboratório italiano para que a última fase dos testes seja realizada no Espírito Santo. Se a parceria for firmada, a previsão é de que 30 mil capixabas participem da testagem. No entanto, segundo Fernandes, há pendências de medidas administrativas.

Além da vacina em fase de testes, Nésio Fernandes afirmou que há negociações para compras de doses diretamente com laboratórios. “Seguem com negociações. Alguns descartados, pois eram golpistas. Outros não podem nos atender porque o laboratório só pode atender ao governo federal. Outras negociações estão aguardando pacificação política com o governo federal. Temos algumas negociações que permanecem, uma delas com a vacina Reintegra, da Itália, para desenvolver a fase 3 aqui no Espírito Santo. Temos negociação aberta com a Cinofarma, que avançou, feito via embaixada da China. Temos negociação da Sputnik e algumas possíveis atualizações serão feitas ao longo da semana”.

De acordo com o gerente de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, que também estava na coletiva, há a expectativa da chegada de novas doses da vacina neste final de semana, que serão usadas para finalizar o público de 75 a 79 anos e começar a vacinação para quem tem 70 a 74 anos. “O mês de abril é um mês importante, estamos na expectativa de receber um numero maior de vacinas”, disse.

Em meio ao período do fechamento total, decretado pelo governo do Espírito Santo, o secretário de Saúde fez um apelo para que a população compreenda a gravidade do momento da pandemia no estado. Ele ressaltou que a doença está crescendo de maneira muito rápida e que o sistema de saúde pode entrar em colapso por falta de leitos.

Nésio Fernandes reforçou que a população precisa ter a a consciência de manter o isolamento domiciliar durante estes 14 dias do decreto, quando o estado inteiro foi considerado como risco extremo. “Nossa luta é para preservar vidas. Peço a população que respeite o decreto. A ampla maioria do povo está consciente do que ocorre no Brasil e no Espírito Santo, mas precisamos tentar convencer a parcela da população que nega o risco real da doença”, disse.

Sobre o primeiro dia do fechamento total decretado pelo governo, o secretário avaliou que muitos ainda não obedeceram o que foi recomendado. “Aqueles que se expõem ao risco, quero deixar claro que seu comportamento coloca em risco a sua vida. Proteja-se. Tenha amor próprio. O seu comportamento coloca em risco pessoas próprias a você e até quem você não conhece. Tenha empatia. Muitos que negaram a doença já morreram. Não queremos que seja pelo luto ou pela dor. Não importa ideologia, partido político ou divergências eleitorais. Temos que ter consciência que é o momento de ficar em casa, de isolar-se”.

A partir da próxima semana, a Sesa vai atualizar, diariamente as informações em todos os hospitais, públicos e privados do Espírito Santo, segundo o secretário. “Queremos deixar claro o que está acontecendo. A partir da próxima semana a população vai ficar sabendo da realidade dos hospitais privados. Eles possuem mais dificuldade na compra de insumos do que a rede pública. Existe, sim, um risco real de diversos medicamentos faltarem na rede privada, filantrópica e pública no Espírito Santo, caso as decisões federais corretas não sejam tomadas. Temos estabilidade robusta para 30 dias, mas estamos diante da necessidade de expansão de leitos”, disse.

Nésio Fernandes: “A expectativa é que os 14 dias permitam redução imediata da pressão assistencial por outras condições de saúde, de maneia que a pressão sobre o sistema privado e público permita a ocupação por pacientes graves atingidos pela pandemia. É o efeito imediato de redução de ocupação por outras doenças”.

“Ainda que tenhamos uma fase de transição estabelecidas após os 14 dias, não podemos retornar as mesmas práticas que tínhamos antes da mesma. Elas nos levaram a ter que decretar a quarentena. As festas, verão, bailes, desrespeito de estabelecimentos comerciais. Precisamos que sirvam de aprendizado de novas práticas. Não temos dúvida do êxito e do resultado caso seja respeitada e aderida pela ampla maioria durante esses 14 dias”.

Novas cepas
O Secretário informou, ainda, que haverá uma coletiva específica para falar sobre as novas cepas da doença que circulam pelo Espírito Santo. Ele disse que análises estarão sendo feitas durante o final de semana para apresentar os resultados na segunda-feira (22). “Reafirmo que estamos diante da mesma doença. Diante de qualquer sintoma leve, procure a atenção básica e os serviços de saúde. Os hospitais estão pressionados pelos pacientes graves e pela procura de pacientes com quadro leve”.

Fernandes ainda alertou que a população evite procurar diretamente a farmácia nos casos de sintomas leves. Ele pediu para que não seja praticada a automedicação, pois isso pode agravar a situação.

Aumento de internados em enfermarias
“Aumentou a quantidade de pacientes internados nas enfermarias covid no Espírito Santo em proporções ainda não vividas durante a pandemia. Uma parcela importante dos que hoje estão em enfermaria, ao longo dos próximos dias, representarão uma demanda por leitos de UTI, pois uma parcela evolui”

Fila única
“Está sendo construída a proposta de fila única do sistema público e privado de saúde do Espírito Santo. As conclusões serão apresentadas na semana que vem para a sociedade. Existem questões legais na proposta, no entanto entendemos que é importante que o Estado consiga garantir que o paciente que tenha cobertura de plano de saúde, uma cobertura ambulatorial ou que esteja em uma carência, não precise ser removido para um hospital público. O Estado pagará o valor de hoje das diárias para que o hospital atenda o paciente. Precisamos fazer com que pessoas que têm plano de saúde ou robustez financeira saibam que elas não terão leitos se a gente não consolidar o isolamento proposto”.

Hospitais de campanha
“Todo o investimento que tem sido realizado será um legado para a saúde pública do Espírito Santo. Tínhamos 660 leitos antes da pandemia e chegaremos a 1500 leitos disponíveis na rede pública, numa aposta de saúde que é de todos. Por isso não apostamos em hospitais de campanha, que são estruturas caras e temporárias, que não evitaram o colapso dos estados que optaram por estes hospitais. São frágeis, temporais e caros, com estruturas de leitos de enfermaria. Mas o gargalo é de leitos de UTI”.

Equipamentos para expansão de leitos
“Solicitamos ao Ministério da Saúde 100 monitores e 100 ventiladores para a expansão de leitos. Aguardamos que, nas próximas horas, possam chegar. No máximo, até segunda-feira. Também estamos em contato com as empresas que alugam equipamentos”.

Pacientes de outros estados
Segundo o secretário, o Espírito Santo ainda tem cinco pacientes muito graves de outros estados internados nos hospitais capixabas. “Isso não impede o atendimento de pacientes de nosso estado. Estamos lutando pela vida deles”, disse.

Oxímetros
“A compra de oxímetros, a empresa que ganhou o pregão solicitou a entrega para 11 de abril, mas a entrega foi frustrada ao longo da semana e estamos em busca de uma empresa que entregue de forma imediata”.

Confira a coletiva completa:

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Atualizado: 19/03/2021 12:10

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