É a segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil
Seu Antonio Chequer tem 80 anos e há pelo menos 25 fazia exame de próstata regularmente. Saudável, pratica exercícios físicos e leva uma vida bastante ativa. A última avaliação, no entanto, mostrou que havia alguma alteração.
A taxa de PSA (sigla para Prostate-Specific Antigens, ou antígenos específicos da próstata, em português) estava aumentada. Seu médico pediu uma biópsia, que apontou o diagnóstico: câncer de próstata. Mas havia uma boa notícia. A doença foi descoberta no estágio inicial, o que melhora, e muito, o prognóstico. Após passar por mais alguns exames, deu início à radioterapia.
São, ao todo, 29 sessões e ele já está chegando na reta final do tratamento. Depois, será submetido a mais algumas avaliações. Como seu Antonio sempre foi cuidadoso com a saúde e, por fazer exames periódicos, teve um diagnóstico precoce, e a chance de cura é bastante elevada.
“Estou otimista. Sempre me cuidei muito, sou bastante ativo e os médicos me disseram que há muitas chances de cura. As sessões de radioterapia acabam em breve e eu tenho me sentido muito bem”, comemora seu Antonio.
Falta de informação
O rádio-oncologista Pérsio Pinheiros de Freitas, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), destaca que o câncer de próstata acomete cerca de 66 pessoas a cada 100 mil homens. “Não é um câncer raro, mas, por desconhecimento, muitos preferem não falar sobre o assunto e não fazem os exames de prevenção”, diz.
A doença afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra. “É o tipo mais frequente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele”, explica o médico. No ano passado, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), foram mais de 60 mil casos registrados no Brasil. A confirmação do problema é feita por meio de biópsia, após ser constatada alguma alteração no toque retal ou no exame de sangue (por meio da taxa chamada de PSA).
É a segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil, com mais de 14 mil óbitos por ano.
Sintomas
Pérsio de Freitas assinala que a doença não costuma dar sinais na fase inicial. “É um tipo de câncer que, geralmente, se desenvolve de forma lenta, assintomático. Somente alguns casos são mais rápidos e agressivos”, aponta.
Porém, quando apresenta sintomas, os mais comuns são dificuldade de urinar, sangue na urina, jato de urina mais fraco, demora em começar e terminar de urinar, vontade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
O especialista lembra que os tumores de próstata podem ser malignos ou benignos. O diagnóstico preciso só vem após a biópsia. Em relação ao tratamento, existem várias opções, que podem ser combinadas ou não. A mais comum é a cirurgia, que pode ser utilizada junto com radioterapia e tratamento hormonal. “A escolha do tratamento depende de uma avaliação criteriosa de cada caso”, afirma.
De acordo com o rádio-oncologista, alguns cuidados e mudanças de hábito podem ajudar a evitar a doença. Entre as atitudes no dia a dia que contribuem para a prevenção, estão uma alimentação saudável, a prática de atividades físicas, não fumar e manter o peso adequado.
Conheça os principais fatores de risco para o câncer de próstata
Idade: O avançar da idade aumenta o risco. A maioria dos diagnósticos, no Brasil, acontece por volta dos 55 anos.
Genética: o histórico de câncer de próstata na família antes dos 60 anos de idade também pode ser um fator de risco.
Sobrepeso e obesidade: pesquisas mais recentes revelam que homens com sobrepeso ou obesos têm maior chance de ter a doença.