No mês de conscientização sobre o melanoma, médica do ES explica que o tumor tem alto risco de se espalhar para outros órgãos
O câncer de pele é o tumor mais frequente entre os brasileiros, correspondendo a cerca de 30% das lesões malignas registradas no país. Dentre os registros relacionados ao órgão, 3% deles são de um tipo considerado muito agressivo chamado de melanoma, devido ao seu alto risco de se espalhar para outros órgãos e levar à morte.
“Melanoma é o câncer de pele originário dos melanócitos, células que produzem melanina e dão cor à nossa pele. Esse não é o tipo mais frequente de tumor de pele, mas pode ter um prognóstico ruim, por conta da sua capacidade de metástase, atingindo outros órgãos, e ter um alto índice de mortalidade”, explica a médica radioterapeuta Lorraine Juri.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que 8.450 novos casos de melanoma são registrados anualmente, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres. Já o Atlas de Mortalidade por Câncer registrou 1.923 mortes pela doença em 2020, sendo 1.120 homens e 803 mulheres.
No Brasil, a maioria dos casos de câncer de pele registrados – 176 mil novos registros por ano – é do tipo não melanoma, com maior percentual de cura se comparado ao melanoma.
Lorraine Juri explica que o melanoma pode surgir a partir da pele normal, após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares acompanhada de coceira e descamação, ou de uma lesão pigmentada.
“É preciso estar atento ao surgimento de pintas, calos, verrugas ou cistos. Mudança de tamanho, cor ou formato de pintas antigas, lesões de pele grandes, com bordas irregulares, variação de cores e assimétricas devem ser observadas”, afirma.
Um dos principais fatores que pode causar o câncer de pele é a exposição excessiva aos raios ultravioletas. A radiação pode danificar o DNA das células da pele, e cerca de 50% dos casos de melanoma têm mutação no gene.
A médica destaca que pessoas de pele clara, imunossuprimidas, com histórico familiar de câncer, com olhos claros e excesso de pintas pelo corpo fazem parte do grupo de risco.
Detecção precoce
Reforçando a campanha Junho Preto, criada para a conscientização sobre a prevenção do melanoma, Lorraine Juri explica que a detecção precoce do câncer aumenta as chances de um tratamento bem-sucedido.
“Quanto mais precoce for a descoberta da doença e tratamento, melhores são as chances de cura. Isso pode ser feito por meio de exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos. Uma das preocupações também é o aumento da exposição a telas de computador e celular. Manter uma distância significativa ajuda a prevenir”, afirma a médica.
Radioterapia
A especialista explica que a radioterapia pode ser uma opção para tratar o melanoma em estágio inicial, se a cirurgia não puder ser realizada por algum motivo.
“Pode ser feita após a cirurgia, tentando diminuir a chance de a doença voltar. A radioterapia é, muitas vezes, feita para aliviar os sintomas causados pela disseminação da doença”, pontua a médica.