Saúde

Dia Mundial da Meningite reforça a importância da vacinação no combate à doença

04 out 2024 - 14:14

Redação Em Dia ES

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Estudo mostra que cerca de um terço das crianças que tiveram meningite bacteriana ficam com sequelas neurológicas
Dia Mundial da Meningite reforça a importância da vacinação no combate à doença. Foto: pixelshot

O Dia Mundial da Meningite, celebrado em 5 de outubro, alerta para a importância da prevenção e proteção contra essa doença. Segundo um novo estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, publicado na revista científica Jama, aproximadamente um terço das crianças que contraem meningite bacteriana desenvolvem sequelas neurológicas graves, como deficiências cognitivas, auditivas e motoras.

A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas, sendo a forma bacteriana a mais grave. Especialistas destacam a vacinação como principal medida de prevenção.

De acordo com o Dr. Fábio Argenta, diretor médico da Saúde Livre Vacinas, a meningite pode afetar pessoas de todas as idades, mas é especialmente perigosa para crianças pequenas, adolescentes e adultos jovens.

“As meningites mais comuns no Brasil são a meningite C, em primeiro lugar, e a meningite B, em segundo. Sorogrupos W e Y, embora menos frequentes, podem causar surtos, e a melhor forma de prevenção é a vacinação”, afirma Argenta. Ele ressalta que a doença pode evoluir rapidamente, mesmo com diagnóstico precoce e tratamento adequado, o que reforça a urgência da imunização.

Um exemplo dos efeitos devastadores da meningite bacteriana é a história do pequeno João Marcos, diagnosticado com meningite meningocócica B com apenas 56 dias de vida. Sua mãe, Suelen Rosalino, relata a dificuldade que enfrentaram:

“Em menos de 24 horas no hospital, João foi encaminhado para UTI, onde ficou mais de 100 dias. Ele tinha 1% de chance de sobreviver e, mesmo assim, saiu do hospital com várias sequelas: perdeu parte da perna esquerda, metade do pé direito, algumas falanges dos dedos e teve uma lesão no lóbulo frontal do cérebro”.

Diante dessa realidade, Suelen e seu esposo, Marcos Rosalino, fundaram a ABCM (Associação Brasileira de Combate à Meningite), com o objetivo de oferecer apoio a outras famílias que enfrentam desafios semelhantes.

Os sintomas da meningite surgem de forma abrupta e requerem atenção médica imediata. Entre os sinais mais comuns estão febre alta, rigidez no pescoço, dor de cabeça intensa, sensibilidade à luz, náuseas, vômitos e confusão mental. “A rigidez no pescoço é um sinal clássico da meningite, e quando associada a outros sintomas, é crucial buscar atendimento de emergência”, explica Argenta.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacinação gratuita contra alguns tipos de meningite, como a C e a ACWY, além de vacinas pneumocócicas e a vacina Penta, que inclui proteção contra o Haemophilus influenzae tipo B (HIB), também causador de meningite.

Contudo, a vacina contra a meningite B, um dos tipos mais graves, só está disponível na rede particular de saúde. “Com o aumento da divulgação de surtos, especialmente dos sorogrupos B e W, mais famílias têm buscado as clínicas privadas para uma proteção mais ampla”, comenta Argenta.

A vacinação é apontada como uma ferramenta fundamental na redução da mortalidade por meningite, especialmente entre crianças pequenas, grupo mais vulnerável à doença.

“Ao imunizar a população, reduzimos significativamente o risco de contágio e complicações graves, como danos neurológicos permanentes. Além disso, a imunização em massa contribui para a imunidade coletiva, protegendo até mesmo aqueles que não podem ser vacinados”, finaliza Argenta.

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