Médico do ES orienta o uso de protetor solar todos os dias e explica quando uma lesão cutânea pode indicar o surgimento de um tumor
Os cuidados com a pele devem ser mantidos o ano inteiro, e não apenas durante o verão, quando a incidência solar é maior. O alerta é do médico radioterapeuta Nivaldo Kiister. Segundo ele, o risco de desenvolvimento de câncer de pele é maior quando não há proteção.
“Os cuidados devem ser sempre os mesmos, independente do período do ano, sendo que no verão devemos redobrar os cuidados. Estamos situados geograficamente numa região onde a incidência de raios ultravioletas é muito grande e isso implica que devemos continuar usando protetor solar da mesma forma”, afirma o especialista.
O câncer de pele não melanoma é o mais incidente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Quando detectado de forma precoce, apresenta altos percentuais de cura.
O câncer de pele é típico em pessoas de pele clara e com 50 anos ou mais. É dividido em três tipos: carcinoma basocelular, frequente no rosto; carcinoma espinocelular, no restante do corpo, onde a pele fica mais exposta ao sol; e melanoma, forma mais grave e que pode surgir no corpo, na maioria das vezes, sobre uma mancha ou pinta.
Nivaldo Kiister recomenda a escolha de um protetor solar de qualidade, para uso diário o ano inteiro, e não se expor ao sol no horário entre 10h e 16h.
“Recomendo a escolha de um bom protetor solar, com FPS de pelo menos 30. Se a pessoa tem pele muito clara, cabelo loiro e olhos azuis, pode escolher um filtro com FPS 50 ou até superior. Caso a pessoa se molhe, toda vez que sair da água, deve reaplicar o produto assim que a pele estiver seca”, orienta o médico.
Por ano, no Brasil, são registrados 176.930 novos casos de tumores de pele não melanoma e 8.450 do tipo melanoma.
Lesões indicativas de câncer de pele têm aparência elevada e brilhante, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida e que sangra facilmente; pinta preta ou castanha que muda de cor e textura; e mancha ou ferida que não cicatriza e cresce, apresentando coceira, crostas ou sangramento.
“Toda vez que uma dessas pintas apresenta alteração quanto à cor, tamanho, prurido e sangramento, é sinal de alerta de que algo de errado está acontecendo. Procure um médico imediatamente. Outra coisa importante é observar o aparecimento de mancha preta embaixo da unha ou na sola dos pés. Pode ser indício de melanoma”, disse.
Tratamento
A radioterapia é uma modalidade de tratamento utilizada para combater o câncer de pele, com altos índices de cura, sendo que os tipos mais comuns são os carcinomas basocelular e espinocelular. Ela também trata tumores mais agressivos, como melanoma e tumores de células de Merkel.
“Na radioterapia, o tratamento é realizado numa máquina que emite irradiação de baixa penetração. Usamos a energia à base de elétrons, que é própria para essa indicação. A duração do tratamento depende de cada caso, mas em média são 15 dias úteis seguidos. Cada sessão dura em torno de 2 minutos”, explica Nivaldo Kiister.
Além da radioterapia, outra forma de enfrentar a doença, segundo o médico, é com cirurgia.