Saúde

Com 169 casos, ES tem o segundo maior aumento de meningite em 2022

01 out 2022 - 08:00

Redação Em Dia ES

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Com alta de 103,6%, fica atrás somente da Bahia, que registrou aumento de 118,5%
Com 169 casos, ES tem o segundo maior aumento de meningite em 2022. Foto: Freepik

Um levantamento divulgado por O Globo, nesta sexta-feira (30), aponta que o Espírito Santo é o segundo Estado do Brasil com a maior taxa de crescimento nos casos de meningite em 2022. Com alta de 103,6%, fica atrás somente da Bahia, que registrou aumento de 118,5%.

A Secretaria Estadual do Espírito Santo (Sesa-ES) afirmou que foram contabilizados 169 casos de meningite neste ano, com 41 óbitos. Em 2021, o Estado registrou 83 ocorrências da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, desde o inicio do ano até o momento, o país registrou 5.821 casos de meningite e 702 óbitos, com taxa de cobertura vacinal em torno de 52,08%. Segundo levantamento feito por O Globo, ao menos outros dois estados apresentaram crescimento nos casos de meningite este ano até setembro, em comparação com 2021: Rio de Janeiro (55,5%) e Minas Gerais (1,31%).

Uma das principais causas apontadas por especialistas é a baixa cobertura vacinal, que amplia a ameaça da doença e de outras já controladas, entre elas, a pólio. A Sesa alertou para a redução desta cobertura que vem ocorrendo no estado nos últimos anos. Para a vacina Meningococo C, cuja cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde é de 80%, alcançou 78,63% em 2021. Nos anos anteriores, em 2020 e 2019, foram de 84,34% e 90,46%, respectivamente.

Em nota, a secretaria informou que a cobertura no Espírito Santo da vacina Meningocócica C em crianças menores de 1 ano de idade atingiu o percentual de 77,18% quando avaliado o período de janeiro a agosto de 2022. Já para os adolescentes de 11 a 14 anos de idade, a cobertura vacinal alcançou 78,88%.

Em relação aos casos, a Sesa informa que até a semana epidemiológica 37, de 11 a 17 de setembro de 2022, foram notificados 410 casos suspeitos de meningites, sendo 169 casos confirmados e 41 óbitos entre viral, bacteriana e fúngica.

Avanço da doença na última década
Para efeito de comparação de casos de meningite em um território, buscando evidenciar crescimento ou redução de casos, a secretaria informou que é feito um diagrama de controle que leva em consideração os dados disponíveis dos últimos dez anos.

“A Sesa ressalta que comparações entre períodos próximos não são recomendados, pois podem apresentar um cenário equivocado. Sendo assim, esclarece, que vêm observando um aumento de casos notificados em 2022, em especial de meningites bacterianas que possuem uma magnitude de ocorrência e letalidade”.

Em 2021 dos 89 casos confirmados de meningites entre a viral, bacteriana e fúngica, 19 óbitos foram registrados, no ano anterior dos 63 positivados, 23 faleceram. No ano de 2019 houveram 159 casos confirmados com 29 óbitos. Em 2018, do total de 150 infectados, 20 não resistiram.

Já em 2017 foi registrada a maior quantidade de casos confirmados com um total de 292, dos quais houve 26 falecidos. Em 2016 dos 165 casos confirmados, 34 foram a óbito. No ano de 2015, 38 pessoas faleceram de um total de 172 casos confirmados. No ano imediatamente anterior foram registrados 179 casos confirmados e 40 óbitos.

No ano de 2013 ouve recorde de óbitos por meningites no estado totalizando 52 das 189 pessoas infectadas. Em 2012, houveram 289 casos confirmados com 46 óbitos.

A importância da vacinação
As meningites bacterianas podem ser prevenidas por vacinas, que, além de reduzirem a ocorrência de casos, também podem diminuir a gravidade da doença em pacientes infectados.

“A vacinação é recomendada rotineiramente para crianças e profissionais de saúde. Outros grupos precisam de uma avaliação de risco epidemiológico para vacinação ou quando existem campanhas de vacinação em massa”, afirma a infectologista, Ana Carolina D’Ettorres.

As vacinas meningocócica C e pneumocócica são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas as vacinas meningocócica ACWY e meningocócica B, que ampliam a proteção, são disponibilizadas apenas pela rede privada.

De acordo com a infectologista, a meningite é considerada uma doença grave porque, além de ser capaz de provocar a morte, também pode deixar sequelas incapacitantes nos pacientes: surdez, cegueira e até mesmo a amputação de membros.

A especialista explica que, além da prevenção, através da imunização, o diagnóstico precoce também é um aliado para reduzir em até 20% a taxa de mortalidade da doença. “Sem tratamento adequado, essa mortalidade pode chegar a 50%. Comumente, a apresentação tem uma evolução muito rápida, sendo a piora observada em 24h após início de sintomas”, detalha.

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Atualizado: 04/10/2022 17:28

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