Saúde

Cenário da dengue é de redução de casos, mas alerta ainda é válido em todo Estado

31 mar 2025 - 16:50

Redação Em Dia ES

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A redução de notificação de casos positivos da Oropouche também foi apresentada pelos profissionais
O Centro Integrado de Comando e Controle das Arboviroses é um centro estratégico para o enfrentamento e resposta ao crescente número de casos, em especial, de dengue e Oropouche. Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Em reunião na última quarta-feira (26), profissionais que compõem o Centro Integrado de Comando e Controle das Arboviroses (CICC – Arbovirose) discutiram sobre o cenário epidemiológico da dengue em todo Espírito Santo e sobre as ações em curso para redução dos casos e óbitos. Durante a apresentação, foi mostrada a redução de casos da doença no Estado, entretanto foi mantido o alerta devido à introdução do sorotipo 3.

De acordo com dados de notificação registrado no e-SUS Vigilância em Saúde (VS), há uma redução de 56,7% em casos notificados e uma redução em mais de 70% em casos prováveis, quando comparado os dados da semana epidemiológica (SE) 12 de 2025 e a de 2024. A redução é acompanhada também em relação ao número de casos de dengue grave e com sinais de alerta, com reduções de 80%. Além disso, não há óbito registrado em 2025.

Até a semana epidemiológica (SE) 12 (que foi até o dia 22 de março), o Estado já havia registrado 48.394 casos notificados de dengue, sendo 21.117 casos prováveis e 12.202 confirmados. Desse total, 266 foram de dengue grave e com sinais de alarme.

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, que conduziu a reunião, embora os dados mostrem uma redução em relação ao ano anterior com o retorno da dengue para o canal endêmico e não mais epidêmico, o cuidado e o alerta deve ser mantido, em virtude da confirmação do sorotipo 3 no território capixaba.

“Temos sorotipo 3 circulando no Estado e isso deve nos manter em alerta. Mesmo que o cenário nos mostre uma redução de casos e sem registro de óbitos, temos orientado os municípios a não baixarem a guarda, uma vez que o pico esperado para a doença é a partir deste período de outono”, explicou Cardoso.

Para o subsecretário, as discussões e as construções de ações pautadas ao longo do CICC – Arbovirose vem auxiliando nesse processo, assim como na manutenção dos cuidados. Desde a sua criação e implementação, em fevereiro, o CICC promoveu a criação do grupo de especialistas médicos que se reúnem para definições e atualizações de estratégias voltadas à assistência; a capacitação de agentes de endemias e comunitários, com mais de 2 mil profissionais capacitados sobre a prevenção às Arboviroses, o combate ao vetor e orientações de cuidado no período dos sintomas; além do fortalecimento de ações de controle do vetor, com a implementação das ovitrampas em mais municípios capixabas. Atualmente 22 municípios contam com as ovitrampas e a Sesa está em processo para a aquisição de mais armadilhas para contemplar todas as 78 cidades.

O Centro Integrado de Comando e Controle das Arboviroses é um centro estratégico para o enfrentamento e resposta ao crescente número de casos, em especial, de dengue e Oropouche, consideradas epidemias no Espírito Santo.

Ele foi instituído pelo Governo do Estado no último dia 10 de fevereiro. A reuniões acontecem quinzenalmente, com coordenação realizada pela Secretaria da Saúde (Sesa) e conta com a participação das secretarias da Educação (Sedu) e da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag); além do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo (CBMES); Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC); Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN); Superintendência Estadual do Ministério da Saúde no Espírito Santo; Conselho Estadual de Saúde (CES); Colegiado de Secretários Municipais de Saúde do Espírito Santo (COSEMS/ES).

Redução é observada também para Oropouche
A redução de notificação de casos positivos da Oropouche também foi apresentada pelos profissionais. A doença que teve o pico de casos confirmados em janeiro, durante a terceira semana epidemiológica (SE) do ano, quando foram confirmados 938 casos, registrou 28 casos confirmados na SE 12 (até 22 de março). Desde o início do ano até a última quarta-feira (26), já somam 5.491 casos confirmados de Oropouche no Espírito Santo.

Segundo a referência técnica das Arboviroses do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Sesa, João Paulo Cola, a redução no número de casos confirmados pela doença confirma também a tendência dos especialistas de o vírus causar surto localizado.

“Os municípios que antes tinham casos confirmados, hoje apresentam uma redução sustentada e muitos nem casos mais possuem. Acreditamos que haja uma possível saturação das pessoas que viviam nessas regiões. Entretanto, mantemos em alerta”, destacou o profissional.

O alerta, segundo a referência técnica, se dá uma vez que, há um ano, em abril de 2024, o Estado começou a ter as primeiras confirmações dos casos.

“Precisamos acompanhar pois há a preocupação também com a possível reinfecção”, disse.

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Atualizado: 31/03/2025 16:50

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