Começa nesta segunda-feira (7) a campanha nacional de vacinação contra a influenza, com foco nos grupos considerados prioritários. A meta do Ministério da Saúde é imunizar ao menos 90% dessas populações, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos a partir de 60 anos, gestantes e outros públicos definidos em estratégias específicas. No Espírito Santo, a campanha é coordenada pela Secretaria da Saúde (Sesa) e tem como objetivo vacinar 349.325 crianças, 680 mil idosos e 39.140 gestantes.
A vacina está disponível gratuitamente em unidades de saúde em todo o estado e, segundo o Ministério da Saúde, é segura e eficaz na prevenção de formas graves da gripe, com proteção contra três cepas do vírus influenza: H1N1, H3N2 e tipo B. A imunização pode ser feita junto a outras vacinas do Calendário Nacional.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações (PEI), Danielle Grillo, é fundamental que os grupos prioritários busquem a vacinação antes do aumento do número de casos, geralmente registrado entre os meses de março e setembro. “É importante destacar que a influenza é uma doença sazonal, mas os surtos de gripe podem surgir em qualquer época do ano. Sendo assim, é fundamental que o público-alvo receba a vacina antes do período de aumento de casos da doença, cujo aumento ocorre no outono e inverno”, afirmou.
A campanha de 2025 terá duas fases. No primeiro semestre, as ações são voltadas para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Já no segundo semestre, a vacinação será realizada na Região Norte, acompanhando o chamado “inverno amazônico”, período de maior circulação viral.
Neste ano, a campanha também marca a incorporação da vacina da gripe ao Calendário Nacional de Vacinação para três grupos: crianças de 6 meses a menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), idosos com 60 anos ou mais e gestantes. A mudança, publicada pelo Ministério da Saúde no último dia 28 de março, garante que essas populações passem a contar com a vacina ao longo de todo o ano, não apenas durante campanhas sazonais.
Segundo Grillo, essa ampliação torna a proteção contra a gripe permanente. “A vacinação contra a gripe deve ser realizada todos os anos, uma vez que os imunizantes recebem atualizações quanto às cepas circulantes, a fim de garantir a proteção da população”, explicou.
Além dos três grupos agora incorporados à rotina, continuam incluídos na campanha os seguintes públicos:
– puérperas;
– trabalhadores da saúde;
– professores do ensino básico e superior;
– povos indígenas;
– pessoas com deficiência permanente;
– caminhoneiros;
– trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
– trabalhadores portuários;
– profissionais das forças de segurança e de salvamento;
– profissionais das Forças Armadas;
– pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
– funcionários do sistema prisional;
– população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas, com idades entre 12 e 21 anos.
No total, o Ministério da Saúde adquiriu 73,6 milhões de doses para a campanha deste ano. Destas, 67,6 milhões estão sendo distribuídas no primeiro semestre para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A Região Norte deverá receber 5,9 milhões de doses no segundo semestre. A primeira remessa, com 5,4 milhões de doses, começou a ser entregue no dia 21 de março. O Espírito Santo receberá 116 mil unidades nessa primeira leva.
Em 2024, a cobertura vacinal da influenza ficou abaixo da meta: 48,89% na Região Norte e 55,19% nas demais regiões do país. A meta para este ano é vacinar ao menos 90% dos públicos prioritários.
A vacina contra a gripe é contraindicada para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de reação alérgica grave (anafilaxia) a doses anteriores do imunizante. Segundo o Ministério da Saúde, ela pode reduzir entre 60% e 70% dos casos graves e mortes provocadas pelo vírus influenza.
Mudanças em outras vacinas infantis
Além das mudanças relativas à vacinação da gripe, a Nota Técnica Nº 009/2025 do Programa Nacional de Imunizações (PNI) também trouxe atualizações sobre os esquemas vacinais da poliomielite e do rotavírus.
Para a poliomielite, o reforço passará a ser feito exclusivamente com a vacina inativada (VIP), que é aplicada por injeção. Já no caso do rotavírus, os prazos para aplicação das doses foram ampliados: a primeira dose, indicada aos dois meses de idade, poderá ser aplicada até os 11 meses e 29 dias; a segunda, indicada aos quatro meses, poderá ser administrada até os 23 meses e 29 dias.
Prevenção e sintomas da gripe
Além da vacina, o Ministério da Saúde recomenda medidas de prevenção para evitar o contágio, como o uso de lenços descartáveis, a cobertura do nariz e da boca ao espirrar ou tossir, e evitar compartilhar objetos pessoais.
Outras recomendações incluem manter ambientes bem ventilados, evitar contato próximo com pessoas com sintomas gripais e não sair de casa durante períodos de transmissão intensa da doença.
Os sintomas mais comuns da gripe são febre, coriza, tosse, dor de garganta, dores no corpo e dor de cabeça. O Ministério da Saúde reforça que vacinar-se é um ato de proteção individual e coletiva e que todas as vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são gratuitas.