Um estudo realizado pelo Instituto Ipsos, encomendado pelo Nubank, mostrou que os brasileiros têm, em toda a sua vida adulta, apenas 26% do tempo livre, um período equivalente a 15 anos. De acordo com a pesquisa, as mulheres têm ainda menos tempo que os homens e são sobrecarregadas com dupla-jornada.
O levantamento mostra como os brasileiros gastam o pouco tempo livre que possuem. Com dados coletados entre 17 e 23 de julho deste ano, por meio de 1.500 entrevistas online e presenciais, o trabalho descobriu que os brasileiros têm 74% do tempo ocupado ao longo de toda a vida, um equivalente a 43 anos.
Segundo o levantamento, 30% do tempo é preenchido pelo sono, sendo seguido pelo trabalho remunerado (23%). Os cuidados com a família e a casa aparecem em seguida, com 15% do tempo, enquanto o tempo em deslocamento, como no trânsito ou em transportes públicos, ocupa 7% de toda a vida adulta.
Estar em trânsito ou em deslocamento é, inclusive, a tarefa que os brasileiros menos gostam de fazer (42%), segundo o levantamento. Limpar a casa (38,8%), procurar emprego (28,5%), administrar finanças (24,9%) e trabalhar (17,7%) aparecem na sequência.
Segundo o estudo, 42% dos brasileiros diz estar insatisfeito ou indiferente com a quantidade de tempo livre que possuem hoje em dia, enquanto 19% afirmam insatisfação com o período desocupado.
Mulheres estão mais sobrecarregadas e possuem menos tempo livre
O estudo mostrou, ainda, que as mulheres estão mais sobrecarregadas com dupla-jornada. Os dados apontam que elas dedicam mais tempo para a limpeza da casa (49%), para o trabalho doméstico em geral (29%), para os cuidados com a família e com a casa (28%), cuidar dos filhos (26%), cuidar dos animais domésticos (20%), cuidar dos membros da família (16%) e estudos (15%).
Já as atividades que as mulheres dedicam menos tempo são os jogos (28%), seguidos por trabalhos não remunerados ou voluntariado (27%), atividades ao ar livre (26%), procurar emprego (24%), shows, teatros, exposições e cinema (24%), controle financeiro (23%), férias (22%), bares e restaurantes (18%).
Uso de telas preenche 12% do tempo livre dos brasileiros
O uso de telas, incluindo televisão, videogames e celulares, ocupa 12% do tempo livre dos brasileiros, segundo a pesquisa. Isso equivale a 7,1 anos na vida adulta. Já a prática de esportes e atividades relacionadas ao bem-estar ocupam apenas 4% do tempo, equivalente a 2,2 anos. Atividades religiosas e participação de eventos ocupa 2% (1,2 anos) e 1% (0,8 anos) do tempo, respectivamente.
Segundo o estudo, se os brasileiros tivessem mais tempo livre, eles gostariam de passar esse tempo viajando (41,7%), dormindo (36%), assistindo à TV (27,2%), praticando esportes ou outros exercícios físicos (26%) ou descansando/no ócio (23,4%).
Sobre o estudo
O estudo foi realizado através de 1.500 entrevistas, online e presenciais, com homens e mulheres acima de 18 anos, de todas as classes sociais (ABCDE) nas cinco regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste). Do total de participantes, 52% eram do sexo feminino e 48%, do masculino.
O trabalho listou 30 atividades cotidianas, classificadas entre “tempo livre” e “tempo ocupado”, segundo critérios previamente definidos, e perguntou aos participantes quanto tempo gastam (horas/minutos), para todas as atividades diárias, semanais ou mensais. As respostas foram individuais e permitiram sobreposição de atividades, podendo ocorrer simultaneamente.
A partir disso, calculou-se o tempo médio diário gasto (em minutos) pelos brasileiros em cada atividade e, em seguida, os dados foram expandidos para representar o período de um ano médio de vida dos brasileiros. Para que os dados representem então o cálculo médio em anos da vida adulta dos brasileiros, foram considerados os dados de expectativa de vida do brasileiro (IBGE) na sua vida adulta, dos 18 aos 76 anos, totalizando 58 anos adultos, os quais foram multiplicados pelo ano médio calculado com os dados do levantamento.
O levantamento faz parte de nova campanha do Nubank voltada para destacar a importância de administrar bem o tempo livre ao longo da vida.