Saúde

Brasil pode bater recorde de doações de coração em 2023

02 set 2023 - 09:30

Redação Em Dia ES

Com CNN Brasil

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Os dados mostram que o ano pode registrar dois transplantes de coração para cada milhão da população, o maior valor já registrado para o órgão no Brasil
Brasil já teve mais de 400 transplantes de coração neste ano. Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF

Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) sobre o Registro Brasileiro De Transplantes (RBT), mostram que, no primeiro semestre de 2023, foram realizados 208 transplantes de coração no Brasil — o terceiro órgão mais transplantado, atrás de rim (2.847) e fígado (1.103).

Neste semestre, houve significativo aumento nas taxas de doação — 19 doações por parte por milhão da população (ppm) e quase 70 ppm potenciais doadores, aqueles que estão em fase de realizar exames e obter consentimento para a doação.

O aumento é explicado principalmente pelo crescimento do número absoluto de doadores e do número de notificações de potenciais doadores.

“Ano histórico”
De acordo com Fernando Atik, membro da diretoria da ABTO, durante a pandemia, houve uma queda de 25% na perda de doações.

Mas as projeções de doações de 2023 mostram que o ano pode registrar o maior número de transplantes na história.

“Esse ano pode ser um ano histórico para as doações de órgãos e nos transplantes no Brasil”, afirma.

O aumento do transplante de órgãos é puxado por rim, fígado e coração.

Maior número de corações transplantados
Os dados mostram que o ano pode registrar dois transplantes de coração para cada milhão da população, o maior valor já registrado para o órgão no Brasil — cerca de 416 corações transplantados, que deve incluir o novo coração de Fausto Silva, transplantando no último domingo (27). A nível de comparação, o maior já registrado para o órgão foi 380, em 2017 e 2019.

Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil registrou 6.793 potenciais doadores e 1.930 doadores efetivos, doador que passou por todos os testes de confirmação de morte encefálica, elegibilidade de doação (testes imunológicos e sorológicos) e tem autorização familiar. Apesar da queda registrada na pandemia, há tendência de interesse nas doações.

Em 2022, foram contabilizados 3.528 doadores efetivos, número superior aos dois anos anteriores, mas ainda abaixo do registrado em 2019, antes da pandemia.

Atualmente, existem 303 pessoas na fila do coração, dessas 59 são crianças — e 57.337 esperam algum órgão no geral.

“Doar seus órgãos pode salvar muitas vidas que não teriam outra chance sem o transplante. Não há maior ato de amor ao próximo e de solidariedade humana que salvar a vida de um desconhecido”, afirma Atik em entrevista.

São Paulo lidera
O estado de São Paulo, onde Faustão foi transplantado, no Hospital Israelita Albert Einstein, lidera o número de transplantes nestes seis primeiros meses, com 64 novos corações transplantados. O estado também tem a maior lista de espera para o órgão, 13 ativos em 2023.

Comparando-se as taxas de doação por região, as de 2019 (pré-pandemia) com as deste semestre, houve crescimento de cerca de 7% no Sudeste (7,1%).

O aumento também foi visto no Centro-Oeste (14%) e, principalmente, no Norte (57%). Em Rondônia, o aumento foi de 122%, mesmo com as atividades de transplante paralisadas.

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Atualizado: 11/09/2023 09:09

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