Com a inauguração da sala de teleconsulta em Cariacica, nesta terça-feira (08), que ofertou 35 consultas com médico da área de saúde mental, a Secretaria da Saúde (Sesa) já totaliza o serviço em 11 municípios da Regional Metropolitana de Saúde (são 23 ao todo), contando com os lançamentos de Marechal Floriano, Domingos Martins, Vila Velha, Viana, Guarapari, Venda Nova do Imigrante, Santa Maria de Jetibá (Paraju), Aracruz, Laranja da Terra e Santa Leopoldina.
Todas as inaugurações contaram com a presença dos prefeitos, vice-prefeitos e secretários de saúde, entre outras autoridades. As equipes de saúde envolvidas no processo, também estiveram presentes. Além desses municípios, o serviço também é ofertado no CRE Metropolitano com a disponibilização de 10 salas de teleconsulta, cinco fixas e cinco híbridas.
O secretário de Estado da saúde, Tyago Hoffmann, explica que o atendimento remoto a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) é um caminho sem volta e que a cada sala de teleconsulta inaugurada observa-se de imediato a aprovação dos usuários do SUS atendidos nas 12 especialidades médicas ofertadas.
“Uma das maiores dificuldades que enfrentamos na saúde da alta complexidade, hoje, é fazer com que os médicos especialistas atuem nos municípios. Nas cidades mais próximas da Capital é um pouco mais fácil, mas em outros locais nem tanto. Só para falar da Regional Metropolitana, em Itarana, por exemplo, é difícil encontrar médicos especialistas para atuar no município, porque eles acabam preferindo vir para a Grande Vitória, que oferece mais oportunidades”, alerta o secretário.
Ele ressalta ainda que essa dificuldade gera uma situação delicada, porque esses pacientes precisam enfrentar horas de estrada para serem atendidos na Capital e entorno.
“Com as salas de teleconsulta nos municípios, onde já foram implantadas, o absenteísmo tem chegado a apenas 2%. A pessoa está perto da Unidade Básica de Saúde, ela consulta e logo em seguida volta para casa, para os seus afazeres. Isso é um benefício muito grande. Além disso, os riscos dos pacientes que precisam pegar a estrada vão diminuir significativamente. É a saúde digital mais perto da população”, salienta Hoffmann
Ainda segundo o secretário, o serviço de teleconsulta é algo ainda muito novo e pode levar um tempo para os usuários se acostumarem com uma consulta.
“Mas o acolhimento é o mesmo da consulta realizada de forma presencial. Aliás, a teleconsulta conta com a presença de um profissional de saúde, que é um benefício muito importante nesse processo, porque esse profissional só deixa o paciente ir embora após ter compreendido tudo o que foi relatado pelo médico”, destaca.
Para o superintendente da Regional Metropolitana de Saúde, Alexsandro Vimercati, as inaugurações das salas de teleconsulta nesses municípios têm mostrado o quanto o serviço ainda tem para agregar.
“Tenho conversado muito com os pacientes que estão sendo atendidos via teleconsulta por todos os municípios que já passamos. E o que mais ouço de positivo é justamente o fato de o atendimento ser realizado no próprio município, sem precisar fazer grandes deslocamentos. Eles falam: ‘fui atendido, estou com a receita das medicações e os exames solicitados, agora vou voltar para a lavoura, para os afazeres da casa, levar meus filhos para a escola, e voltar quando estiver tudo pronto’. Sinto que estão satisfeitos”, ressalta.
Mas por outro lado, o superintendente faz um alerta importante sobre a conscientização do paciente de ficar sempre atento à atualização de cadastro. “É primordial que os usuários peçam aos atendentes da Unidade Básica de Saúde (UBS) para verificarem em seu cadastro se o telefone e o endereço estão corretos. Por que isso? Porque só assim conseguimos contatá-lo para informar o dia, a hora e o local de sua teleconsulta, consulta ou exames autorizados via Sistema de Regulação. Às vezes, ele já está esperando faz tempo esse contato, mas o cadastro está desatualizado e não conseguimos fazer essa comunicação. Pacientes, atualizem os seus cadastros! Quando o paciente falta, além de perder a vaga, ainda tira a oportunidade do outro de realizar o procedimento, e isso tem um custo para o Estado”, informa.
Pacientes estão gostando do serviço de teleconsulta
A técnica de enfermagem Joyce Helena Nickel, moradora de Laranja da Terra, foi atendida pela primeira vez pelo serviço de teleconsulta. “Eu gostei muito, foi uma ótima experiência. Agora, a gente já tem a tecnologia a nosso favor. Não precisamos mais nos deslocar daqui, às vezes saindo às 2 horas da manhã, sendo que a consulta no CRE Metropolitano é só na parte da tarde e só chegamos em casa, de volta, à noite. Agora, acabei de ser atendida e achei a consulta ótima, é muito bom não ter que sair daqui e pegar estrada, eu sou nova, mas quando é um idoso ou uma criança, é muito cansativo, é mais cansativo ainda, né?”.
A lavradora Rosangela Seifelt também foi só elogios ao modelo de teleconsulta em Laranja da Terra. “Para mim está sendo muito bom, porque vou economizar um bom tempo, ser atendida aqui mesmo é muito melhor. Antes, saía de madrugada e só chegava em casa 10 horas da noite. Daqui a pouco já vou estar de volta ao meu trabalho no campo”.
Morador de Santa Leopoldina, mais especificamente em Mangaraí, a 25 quilômetros da sede, Adimar Oliveira, achou muito bom o serviço de teleconsulta. Ele foi atendido remotamente por um neurologista pela primeira vez nesse modelo. “Antes eu tinha que agendar, pegar o transporte municipal e ir até o Hospital Dório Silva e acabava perdendo tempo e um dia de trabalho. Para a cidade foi muito melhor. O atendimento excelente, muito bom, nota 10”.
As especialidades ofertadas via teleconsulta
São 12 especialidades médicas contempladas: Consulta em Angiologia Adulto; Consulta em Cardiologia Adulto; Consulta em Cardiologia Pediatria; Consulta em Dermatologia Adulto; Consulta em Gastroenterologia Adulto; Consulta em Neurologia Adulto; Consulta em Ortopedia Adulto; Consulta em Ortopedia Pediatria; Consulta em Otorrinolaringologia Adulto; Consulta em Otorrinolaringologia Pediatria; Consulta em Psiquiatria Adulto; e Consulta em Urologia Adulto.