Donald Trump tomou posse nesta segunda-feira (20) como o 47º presidente dos Estados Unidos, quatro anos após seu primeiro mandato (2017-2020). Em um discurso de aproximadamente 30 minutos no Capitólio, Trump declarou que “uma nova era de ouro” começa para o país. Ele anunciou medidas abrangentes que incluem a declaração de emergência nacional de energia, mudanças protecionistas no comércio internacional, revogação de políticas ambientais e endurecimento nas fronteiras.
Medidas contra imigração ilegal
Trump enfatizou a necessidade de reforçar a segurança na fronteira com o México. “Toda entrada ilegal será imediatamente impedida, e iniciaremos o processo de devolução de milhões de imigrantes ilegais a seus países de origem”, afirmou. Ele garantiu que restabelecerá a política do “fique no México”, além de declarar os cartéis de drogas como organizações terroristas internacionais. Tropas serão enviadas ao sul para conter a imigração, e será retomada uma legislação de 1708 que, segundo ele, permitirá o uso de todas as forças de segurança para combater gangues em áreas urbanas.
Emergência energética
O presidente anunciou que ainda nesta segunda-feira será declarada emergência nacional de energia, permitindo a retomada em larga escala da exploração de petróleo e gás. A medida visa recompor reservas estratégicas e reduzir custos para as indústrias norte-americanas. “Seremos mais uma vez um país industrial, com maior quantidade de petróleo e gás do que qualquer outro. Diminuiremos os preços e exportaremos nossa energia”, afirmou. Trump também prometeu encerrar subsídios a veículos elétricos, privilegiando a indústria de motores a combustão.
Planos expansionistas e mudanças territoriais
Em uma fala polêmica, Trump anunciou a intenção de retomar o controle do Canal do Panamá, citando a importância histórica da obra realizada pelos EUA e alegando tratamento injusto por parte do Panamá e da China. Ele também revelou planos de alterar o nome do Golfo do México para Golfo da América. “Os Estados Unidos mais uma vez se considerarão uma nação em crescimento, expandindo nossa riqueza e território”, declarou.
Protecionismo comercial
O novo presidente reiterou o compromisso de proteger trabalhadores norte-americanos com a imposição de tarifas sobre produtos importados. Ele afirmou que a medida é parte de uma reforma do sistema de comércio voltada a fortalecer a economia interna. “Estabeleceremos tarifas para outros países em vez de tributar nossos cidadãos”, disse.
Postura internacional e política interna
Trump declarou que os EUA voltarão a ser “a nação mais poderosa e respeitada do mundo” e defendeu a construção de uma sociedade baseada no mérito. Ele também reiterou sua oposição ao que chamou de “engenharia social da raça e do gênero”. Segundo Trump, seu governo será marcado pela defesa da liberdade de expressão, que ele afirmou estar em risco durante o governo anterior.
Reação do governo brasileiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em nota oficial, cumprimentou Trump pela posse e destacando as relações históricas entre Brasil e Estados Unidos. “Nossos países nutrem fortes laços em diversas áreas, como o comércio, a ciência, a educação e a cultura. Estou certo de que podemos seguir avançando nas parcerias em comércio, ciência, educação e cultura. Desejo ao presidente Trump um mandato exitoso, que contribua para o bem-estar do povo americano e um mundo mais justo e pacífico”, afirmou Lula. A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, representou o Brasil na cerimônia.
Em nome do governo brasileiro, cumprimento o presidente Donald Trump pela sua posse. “As relações entre o Brasil e os EUA são marcadas por uma trajetória de cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica”, afirmou Lula. O presidente brasileiro ainda destacou as “fortes” relações bilaterais, em diferentes áreas, ofereceu a continuidade das parcerias e desejou êxito a Trump.
Contexto e desafios
A posse de Trump ocorre em meio a um cenário político polarizado. Ele retorna à Casa Branca com processos judiciais resolvidos e um plano de governo alinhado a políticas conservadoras. O evento contou com a presença de líderes ultraconservadores e empresários do Vale do Silício. Entre os convidados estavam Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg. Líderes como Xi Jinping, presidente da China, enviaram representantes, enquanto nomes como Vladimir Putin, da Rússia, não foram convidados.
