Guimarães assumiu o posto em 2019, no início do governo do presidente Jair Bolsonaro
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, está sendo acusado de assédio sexual por funcionárias do banco. Segundo a revelação, feita pelo site Metrópoles, ele é investigado pelo Ministério Público Federal.
Guimarães assumiu o posto em 2019, no início do governo do presidente Jair Bolsonaro, e desde então tornou-se uma das figuras mais próximas do presidente. O economista carioca tem 51 anos e já atuou em instituições como BTG Pactual e Banco Plural.
Formado em Economia pela PUC do Rio de Janeiro, tornou-se doutor pela Universidade de Rochester, em Nova York, nos Estados Unidos, em 2003. Como presidente da Caixa, Guimarães acumula também os comandos do conselho administrativo do banco e do conselho administrativo do cartão Elo. Antes de fazer carreira na economia, ele tentou a vida no esporte como nadador.
Entenda o caso
Cinco mulheres relataram as abordagens inapropriadas do presidente do banco. Segundo um dos relatos, uma funcionária diz que o presidente do banco teria passado a mão em suas nádegas. O Ministério Público Federal afirmou que não fornece informações sobre procedimentos sigilosos.
Em nota ao Metrópoles, a Caixa informou que não tem conhecimento sobre as denúncias de assédio sexual contra Guimarães e que tem protocolos de prevenção contra casos de qualquer tipo de prática indevida por seus funcionários.
A TV Globo falou com algumas funcionárias que relataram episódios de assédio que sofreram de Guimarães. Uma delas disse que o assédio ocorreu em mais de uma ocasião. “Ele tem por hábito chamar grupo de empregados para jantar com ele. Ele paga vinho para esses empregados. Não me senti confortável, mas, ao mesmo tempo, não me senti na condição de me negar a aceitar uma taça de vinho. E depois disso ele pediu que eu levasse até o quarto dele à noite um carregador de celular e ele estava com as vestes inadequadas”, disse.
Outra funcionária afirmou que, às vezes, o constrangimento era feito na frente de outros colegas. “Por exemplo, pedir para abraçar, pegar no pescoço, pegar na cintura, no quadril. Isso acontecia na frente de outras pessoas. E, às vezes, essas promessas eram no pé de ouvido e na frente de outras pessoas, mas de forma com que outras pessoas não ouvissem”, completa.
Outras acusações
As acusações de assédio sexual reveladas nesta terça-feira (28) não são as únicas polêmicas vividas por Guimarães. O presidente do banco já foi acusado de assédio moral, inclusive com relatos e vídeos em que obriga funcionários a fazerem flexões e cambalhotas.
Além disso, em dezembro de 2018, a revista Veja divulgou uma nota dizendo que Guimarães foi demitido do Santander por “machucar” uma colega. De acordo com o portal Revista Fórum, informações dos bastidores destacam que o real motivo da demissão de Guimarães do Santander foi assédio a funcionárias do banco.
“O forte do novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, não é o autocontrole. Quando trabalhava no Santander, ele machucou uma colega de banco durante uma festa de fim de ano. Acabou demitido pela direção”, diz a nota da Veja de 2018.
Evento da Caixa
Na noite dessa terça-feira (28), a Caixa havia cancelado uma entrevista coletiva sobre o Ano Safra 2022/23 prevista para esta quarta-feira (29).O evento, de qualquer maneira, foi realizado e durante a abertura Guimarães agradeceu a presença de sua esposa, Marcela Guimarães. Ele frisou que se orgulha de uma “vida inteira pautada pela ética”, mas em nenhum momento se referiu diretamente às denúncias de assédio.
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