A Polícia Federal pediu a prisão de Marcos do Val (Podemos-ES) durante a operação desta quinta-feira (15) que fez buscas em endereços ligados ao senador, mas o pedido foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou apenas a realização de buscas e apreensão.
Os mandados foram realizadas em Brasília e no Espírito Santo. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou que do Val deve prestar depoimento.
Nas buscas, foram apreendidos documentos, papéis, computadores, celulares, tudo relacionado ao senador, tanto em seu gabinete quanto em sua casa, em Vitória. A PF começa a periciar os celulares e um computador apreendidos na operação contra o senador nesta sexta (16). Os documentos e anotações recolhidos no gabinete dele no Senado está sendo encaminhado para a DICOR, na sede da PF, em Brasília.
A previsão é que do Val seja chamado para prestar depoimento na próxima semana.
A PF aponta “eventual intenção golpista” para embasar a investigação contra do Val.
A investigação que resultou na operação foi conduzida pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DICOR) pela equipe do delegado Ricardo Saadi. Ele é diretor de investigação e combate ao crime organizado e à corrupção do DICOR. A diretoria é formada por delegados muito experientes e ligada diretamente ao diretor geral da PF.
DICOR pediu apoio para outros setores da PF de Brasília e Vitória, ES para cumprimento das ordens de busca e apreensão.
A assessoria de do Val afirmou que ele está em Vitória e não vai comentar a operação. A conta do senador no Twitter foi retida.
A operação em cima do senador foi pedida pela própria cúpula da PF no âmbito das investigações sobre atos golpistas de 8 de janeiro.
A PF fez uma série de levantamentos de indícios de que Marcos do Val estava tentando sabotar as apurações. Ele estaria vazando documentos, além de estar atacando o Supremo, o ministro Alexandre de Moraes, as investigações. O levantamento aponta que ele também está atacando fatos, como a proibição de ele poder visitar o ex-ministro Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
A intenção dos investigadores era de ouvir do Val ainda nesta quinta, mas desistiram de colher o depoimento, segundo fontes da PF. O motivo é que o senador teria dito que ficaria em silêncio durante o interrogatório. Uma nova oitiva deve ser marcada nos próximos dias.
Busca e apreensão
A Polícia Federal realizou na tarde desta quinta-feira (15) buscas em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES).
No Senado, o gabinete do senador foi revistado. O acesso de jornalistas ao corredor que dá acesso ao gabinete do senador foi proibido.
Ele é investigado por obstruir investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro.
Indícios que basearam a operação são postagens do senador em redes sociais. Ao todo, são três mandados de busca e apreensão.
Em fevereiro deste ano, do Val acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira de organizarem uma reunião, no fim do ano, para propor o envolvimento do senador em um plano de golpe de Estado.
Entre os crimes em que ele pode ser enquadrado, segundo as investigações, está o de divulgar informações sigilosas que podem causar prejuízo a outras pessoas.