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PF conclui que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula; relatório será enviado ao STF

21 nov 2024 - 14:00

Redação Em Dia ES

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Documento também indica indiciamento de ex-ministros e aliados do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado
PF conclui que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula. Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Um relatório da Polícia Federal (PF), que deve ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda hoje, conclui que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo a investigação, o objetivo era promover um golpe de Estado e manter Bolsonaro no poder.

De acordo com o relatório da PF, o ex-presidente Jair Bolsonaro redigiu e ajustou a chamada “minuta do golpe”. Esse seria o decreto que previa a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro ainda é acusado de ter se reunido com o general Estevam Cals Theofilo, então comandante do Exército Brasileiro, em dezembro de 2022 para organizar o apoio dos militares ao golpe de Estado.

Confira a lista de indiciados
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva
Alexandre Rodrigues Ramagem
Almir Garnier Santos
Amauri Feres Saad
Anderson Gustavo Torres
Anderson Lima De Moura
Angelo Martins Denicoli
Augusto Heleno Ribeiro Pereira
Bernardo Romao Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Carlos Giovani Delevati Pasini
Cleverson Ney Magalhães
Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
Fabrício Moreira De Bastos
Filipe Garcia Martins
Fernando Cerimedo
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques De Almeida
Hélio Ferreira Lima
Jair Messias Bolsonaro
José Eduardo De Oliveira E Silva
Laercio Vergilio
Marcelo Bormevet
Marcelo Costa Câmara
Mario Fernandes
Mauro Cesar Barbosa Cid
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira
Rafael Martins De Oliveira
Ronald Ferreira De Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
Tércio Arnaud Tomaz
Valdemar Costa Neto
Walter Souza Braga Netto
Wladimir Matos Soares

Indiciamentos e operação Contragolpe
Entre os citados estão os ex-ministros Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa), além de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. A investigação inclui, ainda, a participação de militares e de civis nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e nos planos descobertos para assassinar líderes políticos.

O relatório não inclui pedidos de prisão imediatos, mas deverá ser complementado conforme avançam as investigações decorrentes da operação Contragolpe, deflagrada nesta semana. Segundo fontes da PF, o relatório final está “muito bem embasado” e deve trazer novidades contundentes.

Depoimento de Mauro Cid
O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi determinante para a conclusão do inquérito. Ele será ser ouvido novamente pelo ministro Alexandre de Moraes, em audiência marcada para hoje, para esclarecer se seguirá colaborando com as investigações ou se continuará, como aponta a PF, omitindo informações.

Nos bastidores, aliados de Bolsonaro demonstram apreensão com a possibilidade de Mauro Cid fornecer novas revelações. Segundo fontes, há expectativa de que ele possa apresentar detalhes adicionais do plano golpista, o que intensifica o clima de tensão entre bolsonaristas.

Em público, aliados de Bolsonaro afirmam que ele “não tem nada a temer”. Entretanto, o indiciamento iminente e a expectativa de novos desdobramentos na investigação geram apreensão nos bastidores. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, receberá o relatório e deverá decidir se apresenta denúncia ao STF ou solicita mais diligências.

‘Tentativa de envenenar eu e Alckmin não deu certo’, diz Lula
O presidente Lula se manifestou sobre o caso em um evento no Palácio do Planalto, onde apresentou o balanço do programa de concessões de rodovias. “Eu sou um cara que tenho que agradecer agora, muito mais, porque estou vivo. A tentativa de envenenar eu e Alckmin não deu certo, nós estamos aqui”, disse o petista, em tom irônico.

Sem citar nomes diretamente, Lula afirmou que deseja concluir seu mandato demonstrando resultados concretos. “Eu não quero envenenar ninguém. Quero, ao final do mandato, medir quem mais fez escolas, cuidou dos pobres e pagou salário mínimo. É isso que conta”, afirmou.

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Atualizado: 21/11/2024 15:55

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