emdia.es/201315
A recuperação na avaliação do governo do presidente Lula (PT) foi interrompida, segundo nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (12). O levantamento aponta que 38% dos brasileiros consideram a gestão negativa, contra 31% que a avaliam como positiva; outros 28% a classificam como regular. A desaprovação pessoal do trabalho do presidente oscilou para 50%, enquanto a aprovação foi a 47%. Segundo a Quaest, a centralidade do debate sobre segurança pública freou a melhora nos índices do governo.
A pesquisa realizou 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios, entre os dias 6 e 9 de novembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Os números da avaliação do governo (38% negativa e 31% positiva) mostram uma inversão numérica da curva de outubro (37% negativa e 33% positiva), embora dentro da margem de erro. A diferença entre as avaliações, que estava em empate técnico, agora é de 7 pontos percentuais.
No que tange à aprovação pessoal do trabalho de Lula, os 50% de desaprovação e 47% de aprovação configuram o segundo mês consecutivo de empate técnico.
Impacto da segurança pública
A pesquisa indica que a pauta da segurança pública, impulsionada pela operação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes e por declarações de Lula sobre o tema, dominou o debate e impactou a avaliação.
Uma das falas do presidente, que afirmou que “traficantes também são vítimas dos usuários”, teve alta rejeição: 81% dos brasileiros discordam da afirmação, contra 14% que concordam. Para 51%, a frase representou uma opinião sincera de Lula, enquanto 39% a viram como um mal-entendido.
Posteriormente, o presidente classificou a operação policial como “desastrosa”. A pesquisa mostra que 57% dos entrevistados discordam dessa classificação, enquanto 38% concordam.
A própria operação no Rio de Janeiro é aprovada por 67% dos participantes, contra 25% que a desaprovam. Questionados sobre o uso da força, 67% acreditam que a polícia não exagerou, enquanto 29% avaliam que houve excesso.
Avaliação por segmentos
A desaprovação ao trabalho de Lula (50%) é mais alta entre os evangélicos (58%). Já a aprovação (47%) mantém-se mais forte no Nordeste (59%), entre aqueles com ensino fundamental (55%) e entre os que ganham até dois salários mínimos (54%).
O levantamento apontou uma piora na avaliação de Lula entre o público com renda familiar acima de dois salários mínimos. Também houve piora entre as mulheres, onde a avaliação voltou a um cenário de empate técnico (51% aprovam, 46% desaprovam), e entre os católicos (50% aprovam, 47% desaprovam), que também retornaram ao empate técnico.
Entre os eleitores independentes (que não se declaram petistas nem bolsonaristas), a desaprovação (52%) voltou a ser maior que a aprovação (43%), algo que não ocorria desde agosto.
A pesquisa também aferiu a percepção sobre as promessas de campanha: 63% afirmam que o presidente não tem conseguido cumpri-las, contra 32% que acreditam que sim. Para 49% dos entrevistados, Lula não é bem-intencionado, enquanto 44% afirmam o contrário.
