O PL utilizou recursos próprios para pagar o instituto que elaborou o documento que aponta falhas no sistema eleitoral brasileiro e a possibilidade de fraude nas eleições deste domingo (2).
Documentos a que a CNN teve acesso (veja abaixo) mostram que o partido utilizou a conta 412022-1 da agência 0452-9 do Banco do Brasil para fazer o pagamento de R$ 225 mil ao instituto.
A conta bancária, conforme mostra o documento, é a declarada pelo PL ao TSE como a que transitam recursos próprios, e não recursos públicos do fundo partidário ou do fundo eleitoral.
As informações constam em documento entregue pelo partido ao TSE no balanço que, pela legislação, é preciso ser apresentado a corte quatro meses antes da eleição.
A alegação de que se trata de recursos privados, e não públicos, deve constar na manifestação que o PL apresentará ao TSE para explicar o pagamento. Nesta quinta-feira, conforme mostrou a analista Basília Rodrigues, a Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral deu prazo de 24 horas para que o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, preste “informações sobre o uso de recursos públicos oriundos do Fundo Partidário na contratação de serviços que resultaram no documento Resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE”.
Ainda que sejam recursos próprios, e não públicos, fontes do TSE disseram à CNN que o partido pode enfrentar problemas. Isso porque o artigo 9º da resolução 23610 afirma que não se pode propagar desinformação sobre o sistema de votação. No limite, inclusive, a depender da interpretação do episódio pelos ministros, pode haver justificativas para pedidos de cassação da chapa.
Neste ano, o deputado federal Felipe Francischini, aliado de Bolsonaro, foi cassado sob esse argumento. Ele fez uma live nas eleições de 2018 apontando fraude no sistema eleitoral.