O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir nesta semana, segundo auxiliares, sobre uma eventual volta do horário de verão.
A medida foi colocada na mesa de discussões do governo em razão da seca recorde pela qual passa o país e a chegada do período do calor mais intenso na maior parte do território nacional.
A seca diminui o nível dos reservatórios das hidrelétricas, maior fonte da energia elétrica no país. O calor aumenta o uso de eletrodomésticos como o ar-condicionado e, consequentemente, aumenta o consumo de energia.
O horário de verão foi extinto em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. Na época, o governo alegou que a economia de energia era baixa e não justificava a adoção da medida.
O horário de verão consiste em, nos meses do verão — quando faz mais calor e os dias têm luz natural por mais tempo — adiantar o relógio em uma hora. Assim, quando as pessoas chegam em casa após o trabalho e começam a ligar aparelhos, não precisam ligar também as lâmpadas elétricas, o que diminui um pouco a demanda. O acionamento da iluminação urbana também passa para mais tarde, aliviando a carga.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) vão apresentar nos próximos dias um estudo sobre o horário de verão nas atuais circunstâncias.
A decisão final caberá a Lula, e será uma decisão não só técnica, mas também política, já que o horário de verão mexe com a rotina da sociedade.
Histórico do horário de verão
No Brasil, o horário de verão foi instituído durante a gestão de Getúlio Vargas, em 1931 e 1932, mas só passou a ser adotado sem interrupções a partir de 1985, com o fim da ditadura militar. Ao longo do tempo, ocorreram alterações sobre os estados e as regiões que o adotaram.
No mundo, o horário diferenciado é adotado por dezenas de países, mas é mais comum em países fora da região tropical. Ele é adotado em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai.