O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira (20) o fato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estar trabalhando pela aprovação do projeto de lei que anistia os condenados pelos atos do 8 de janeiro. Segundo Lula, ao fazer isso, Bolsonaro está se declarando “culpado”.
“Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, está provando que é culpado, que cometeu crime. Ele deveria estar falando: ‘Vou provar minha inocência’”, disse o presidente em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.
“Ele deveria estar dizendo: ‘Sou inocente; vou provar minha inocência’. Mas está pedindo anistia. Ou seja, ele está dizendo: ‘Gente, eu sou culpado. Tentei bolar um plano para matar o Lula, o Alckmin, o Alexandre de Moraes. Não deu certo porque tive uma diarreia, fiquei com medo, tive que voar para os Estados Unidos”, prosseguiu.
Na terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia contra 34 pessoas na investigação que aponta uma trama golpista no país que teria o objetivo de manter Bolsonaro na presidência mesmo após sua derrota nas eleições de 2022.
O ex-presidente foi acusado dos seguintes crimes:
- organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- e deterioração de patrimônio tombado.
Segundo a PGR, como também apontou a Polícia Federal (PF), o Jair Bolsonaro seria responsável por liderar a organização criminosa citada.
A acusação representa a etapa mais avançada de uma investigação contra o ex-mandatário no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao longo dos últimos anos, a PF concluiu que o político cometeu crimes em ao menos cinco investigações que tramitam no tribunal. Em três delas, Bolsonaro foi indiciado.