A Justiça Eleitoral suspendeu a diplomação dos vereadores eleitos pelo Partido Progressista (PP) em Linhares. O motivo foi a denúncia do Ministério Público de que o partido teria fraudado o registro de candidaturas para cumprir a cota de gênero. Na decisão, a juíza eleitoral de Linhares determinou a suspensão da diplomação, marcada para o próximo dia 16 de dezembro, até que haja uma decisão final sobre o caso.
A investigação conduzida pelo Ministério Público apurou que o PP violou a regra de preenchimento dos percentuais de candidaturas para homens e mulheres, que exige um mínimo de 30% e um máximo de 70% de candidaturas de cada sexo. Segundo a denúncia, o partido apresentou à Justiça Eleitoral, em agosto de 2024, uma lista composta por 11 homens e 5 mulheres, aparentando cumprir o percentual mínimo de 30% para candidaturas do sexo feminino.
Após as eleições de 6 de outubro de 2024, o Ministério Público constatou que uma das “candidatas” suplentes não era, de fato, uma candidata real. A investigação apontou que ela não fez campanha em suas redes sociais, que as redes sociais informadas não eram de sua autoria, e que ela obteve uma votação inexpressiva, além de não ter realizado atos efetivos de campanha.
Ainda segundo o Ministério Público, o depoimento da “candidata” à Promotoria de Justiça Eleitoral evidenciou a inviabilidade de sua candidatura. Além disso, foram identificadas estratégias consideradas pueris por parte da coligação para tentar dar aparência de legalidade a uma candidatura notoriamente fictícia.
Presidente do PP se diz surpreso com a decisão
Por telefone, o presidente do Partido Progressista (PP) de Linhares, o ex-deputado estadual Marcos Garcia, afirmou que respeita a decisão, mas disse ter sido pego de surpresa. Segundo ele, a candidatura questionada pelo MP/ES foi legítima.
“Essa candidata recebeu fundo partidário, fez campanha em redes sociais e participou de várias reuniões conosco. Não houve fraude na candidatura. Isso é perseguição”, declarou Garcia.
Ele acrescentou que o partido já está preparando sua defesa para provar que não houve qualquer fraude ou desrespeito à legislação eleitoral.
Cabo Bonadiman pode assumir a vaga
O suplente de vereador mais votado foi o Cabo Bonadiman, da Polícia Militar. Candidato pelo Partido Liberal (PL), ele conquistou 1.376 votos e poderá assumir a vaga caso a Justiça confirme a decisão contra o PP.
Também por telefone, Bonadiman disse estar surpreso, mas afirmou estar pronto para assumir o cargo, se necessário. “Foi uma grande surpresa para mim, mas, como policial militar, estou sempre pronto para servir e darei o meu melhor”, concluiu.