política

Ignorada na Era Hartung, violência ganha amplo destaque no governo Casagrande

10 jan 2013 - 12:30

Redação Em Dia ES

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Partindo para a última metade do mandato, o governador ainda não obteve resultados palpáveis nos primeiros dois anos na área de Segurança Pública.

É verdade que os primeiros dados referentes aos índices de homicídios de janeiro ainda não podem ser interpretados como prenúncio de uma nova explosão da violência, mas também é verdade que os números desses últimos dois anos não apontam tendência de queda, como tem defendido o secretário de Segurança Pública Henrique Herkenhoff.

O Espírito Santo há mais de uma década continua com taxas insuportáveis de violência, comparadas às de países que estão em plena guerra civil. As médias dos dois primeiros anos do governo Casagrande permanecem oscilando entre 46 e 48 homicídios por 100 mil habitantes. Índice que é mais que o dobro da média nacional, que está na casa de 22/100 mil.

Interessante neste histórico da violência capixaba é que somente de 2011 para cá a sociedade passou a se incomodar com a violência, não porque tenha havido crescimento em relação aos anos anteriores, pelo contrário, mas porque a mídia passou a noticiar com amplo destaque o problema no governo Casagrande.

Nos oito anos do governo Hartung, que fez dupla na Segurança com o atual prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), nunca se matou tanto no Espírito Santo. Um comparativo feito por Século Diário, com base nos números do Mapa da Violência, apontou que as médias de homicídios no governo Hartung – que priorizou os projetos econômicos em detrimentos dos sociais – foram as maiores na série histórica, no período entre 1980 e 2010: 53 homicídios por 100 mil.

Em números absolutos, os resultados da gestão Hartung-Rodney também são desastrosos. Na Era Hartung, de 2003 a 2010, 14.386 foram assassinadas no Espírito Santo. Pertence também à dupla Hartung-Rodney o maior pico de homicídios registrados em um único mês no Estado. Em janeiro de 2010, 197 pessoas foram assassinadas no Estado – uma média de 6,5 mortes por dia.

Apesar dos números retumbantes, a grande imprensa capixaba tratou a questão da violência muito mais do ponto de vista factual no governo Hartung, ou seja, deu destaque às ocorrências em si, em vez de interpretar politicamente os dados.

Por exemplo, no caso da morte brutal do porteiro do prédio da Praia da Costa, em Vila Velha, assassinado a golpes de ferro na madrugada dessa terça (8), quando tentava impedir um assalto na loja vizinha ao edifício em que trabalhava, os jornais, no governo Hartung, tratariam o caso nas páginas policiais como mais um cruel homicídio e ponto final. No governo Casagrande, porém, as mortes ganham conotação política e rapidamente são associadas aos números da violência. Mas a informação no governo Hartung foi sonegada à população.

Pior para Casagrande. Em função de acordo eleitorais, o governador, logo que assumiu o Executivo estadual, evitou fazer críticas diretas à gestão anterior, aceitando o ônus legado por seu antecessor.

No plano de campanha de governo do socialista, ele chega a tocar suavemente no assunto Segurança. Faz questão de reconhecer os investimentos feitos na gestão anterior, mas ressalta que será preciso “um esforço organizativo e articulador de maior impacto sobre os resultados obtidos até o presente”. Casagrande ainda promete ampliar a integração entre as polícias, estruturar a perícia técnica e criar o plano de segurança “Pacto pela vida”, iniciativas que ainda não deram resultados.

Fonte: Seculodiario.com
Por José Rabelo

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Atualizado: 10/01/2013 12:30

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