política

Ex-chefe de missão especial assume defesa de Guerino Zanon em Brasília

18 fev 2013 - 21:08

Redação Em Dia ES

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O ex-chefe de missão especial no Estado retorna à cena atuando na defesa de figuras ligadas ao ex-governador Paulo Hartung (PMDB).

O escritório de José Roberto Santoro assina o pedido de habeas corpus a favor de Guerino no Supremo Tribunal Federal (STF). O nome do ex-procurador consta, inclusive, como o impetrante do pedido de liberdade. Estranhamento, o ex-prefeito mudou de advogado no curso dos recursos em Brasília. Antes, o pedido de liberdade feito ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) era assinado pelo advogado Mozart Victor Russomano Neto, também registrado no Distrito Federal.

Esse é o primeiro caso “oficial” de renome que a banca de Santoro assume em favor de políticos capixabas. Antes disso, a atuação dele teria ocorrido nos bastidores, como revelou o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro Privataria Tucana em entrevista ao blog VioMundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha. 

O jornalista revelou que foi procurado pelo ex-sub-procurador-geral após a publicação de notas sobre o envolvimento de Hartung nas denúncias sobre a compra de terrenos da Ferrous Resources, em Presidente Kennedy (litoral sul do Estado). Amaury publicou notas em uma coluna que assina no jornal mineiro Hoje em Dia.

Amaury relatou que José Roberto Santoro – que teria ligações com o ex-governador paulista José Serra (PSDB) – procurou a direção do jornal O Tempo para intermediar um encontro com a direção do Hoje em Dia, no qual o jornalista assina uma coluna semanal. O objetivo do encontro seria uma reclamação sobre a nota publicada sobre os desdobramentos da Operação Lee Oswald, que remontam ao envolvimento de parceiros do ex-governador com a mineradora Ferrous Resources, sediada em Minas Gerais.

Nas colunas, Amaury denuncia a participação do que chamou de “grupo de Hartung” nas transações milionárias em Presidente Kennedy, publicadas com exclusividade por este Século Diário. No texto, o jornalista acusou o Ministério Público capixaba de ser leniente ao livrar o ex-governador e o ex-secretário da Fazenda José Teófilo, sócios no escritório de negócios Éconos, da denúncia formalizada ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES).

A relação entre Santoro e Hartung remonta a um período turbulento na política capixaba, quando o Estado ficou próximo de ser alvo de uma intervenção federal no ano de 2002. O então subprocurador da República foi nomeado como chefe da missão especial no Estado, deflagrada após a morte do advogado Joaquim Marcelo Denadai – morto em abril daquele ano – e do pedido de impeachment do ex-governador José Ignácio Ferreira, que viria a ser sucedido por Hartung.

Desta história teriam permanecido laços de amizade entre Santoro e o ex-governador. Fontes dos meios jurídicos avaliam a possibilidade do ex-procurador se basear no Estado para disputar os grandes litígios no Judiciário estadual. Essa possibilidade ganha força com a aproximação com Hartung e a “entrada” na causa de Guerino Zanon.

De acordo com estatísticas do TJES, o nome do advogado não consta em nenhum processo que tramita na 1ª ou 2ª instância do Judiciário capixaba. Diferentemente dos registros em nome da advogada Raquel Botelho Santoro, que assina o habeas corpus a favor do ex-prefeito de Linhares. Ela aparece relacionada a sete processos na 1ª instância e outros cinco nas câmaras do Tribunal. Entre os clientes da advogada está o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), outro aliado do ex-governador.

Fonte: Século Diário
Por Nerter Samora

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Atualizado: 18/02/2013 21:08

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