Os deputados fecharam acordo para a candidatura única de Ferraço, o que teria sido um erro político. Ninguém esperava que os efeitos da Operação Derrama chegassem às portas do gabinete da Presidência.
As comparações entre as movimentações na Assembleia e na Câmara dos Deputados para a escolha do presidência das casas são inevitáveis. Mas para os meios políticos, o erro estratégico da Assembleia foi o de fechar questão em torno de uma candidatura única, sem ter um plano “B”.
Em Brasília, o nome de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) estava praticamente certo para a eleição do próximo dia 4 de fevereiro. Mas uma enxurrada de denúncias envolvendo o deputado potiguar, abril espaço para que os outros nomes na corrida à presidência: Júlio Delgado (PSB-MG) e Rose de Freitas (PMDB-ES). O nome de Rose, que no primeiro momento fora colocado apenas como uma alternativa para dividir os votos com Delgado, acabou se transformando em uma alternativa viável. No Caso da Assembleia, o acordo do plenário pela candidatura única, anulou a possibilidade de mudança no cenário, de forma discreta.
As declarações de Theodorico Ferraço, na sexta-feira (18) tentando diminuir desqualificar a ação da Derrama e declarando total apoio ao empresário Claudio Murcio Salazar, sócio da CMS, teriam causado a reação do Tribunal. Agora o centro das atenções passa a ser Ferraço, o que coloca a Assembleia no bonde do desgaste.
Outra preocupação dos deputados se refere às nove ações que tramitam contra Ferraço só no Tribunal de Justiça do Estado. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), também tramita um processo de improbidade contra o deputado.
A preocupação é que esses casos, que são relativos à improbidade administrativa, da época em que o deputado era prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, venham à tona. Mas o que realmente abalou a confiança dos deputados na candidatura de Ferraço foi a implicação do diretor financeiro da Assembleia, Eder Botelho – que teve a prisão decretada na última sexta (18) – no caso, o que leva o escândalo para dentro do da Assembleia.
O problema a ser resolvido é que os deputados não têm uma alternativa para o nome de Ferraço na disputa. Caso Theodorico não consiga sustentar seu nome na corrida à reeleição, os deputados devem correr contra o tempo para encontrar um substituto para a candidatura de Ferraço.
Fonte: Seculodiario.com
Por Renata Oliveira