Possível candidatura do governador em 2022 foi admitida pela direção nacional do partido e também pelo presidente do PSB no estado, Alberto Gavini
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, é pré-candidato à presidência da República pelo PSB. A informação foi confirmada inicialmente pela direção nacional do partido nesta quarta-feira, dia 3, e também pelo presidente do PSB no estado, Alberto Gavini.
A pré-candidatura de Casagrande surgiu há alguns dias, em reunião da cúpula nacional do partido. O PSB concluiu ser necessário o lançamento de uma candidatura do partido, diante do fato de outras legendas de centro-esquerda e esquerda caminharem nessa direção e, pelo menos por enquanto, descartarem a união em torno de um nome para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro em 2022.
Para Gavini, a postura do atual governador no enfrentamento à pandemia deu a ele destaque dentro do partido e nacionalmente. “Ele tem tomado a frente nas discusões com o governo federal. Ele tem competência para estar à frente desse projeto nacional”, disse Gavini. Casagrande tem sido um dos líderes dos governadores na busca da aquisição de vacinas para o combate da covid-19, se posicionado de forma crítica quanto à atuação de Bolsonaro diante da pandemia e sido muito procurado por veículos de comunicação nacional para opinar sobre diversos assuntos.
A 19 meses da eleição, não há uma definição do partido em torno de um só nome. Em novembro acontece o congresso do PSB para discutir a pré-candidatura. Até lá, Casagrande está na lista dos principais candidatos do partido para encarar a corrida eleitoral pelo Planalto.
“É um debate que está muito no início. Ele está sempre à disposição de novos desafios, mas ainda não tomou uma decisão. Essa é uma vontade do diretório nacional, mas ainda serão outros apresentados nomes”, frisou Gavini.
“Fui convidado pelo PSB a ser pré-candidato à Presidência da República e fiquei muito honrado. Na posição de governador, entendo que não é o momento para fazer este debate. Minha prioridade é a gestão do Estado e da pandemia, que atualmente passa pela pior crise desde o início. O projeto partidário é legítimo e cabe à Direção Nacional debater propostas para o país com suas lideranças”, disse Casagrande, em nota.
O chefe do Executivo capixaba é apontado pela cúpula do PSB como “o melhor representante da sigla” para a corrida presidencial que acontece no ano que vem.
Segundo fontes ligadas ao governador, Casagrande teria sido comunicado durante uma reunião com o partido do desejo da cúpula em lançá-lo como pré-candidato à Presidência da República, e disse que se sentia lisonjeado.
O governador do Espírito Santo tem se destacado nacionalmente entre os chefes do executivo durante a pandemia de Covid-19. O socialista adotou um discurso oposto ao do governo federal, criticando algumas medidas adotadas na administração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No último domingo (28), após uma publicação de Bolsonaro no Twitter, em que ele distorcia os valores enviados pelo governo federal aos Estados durante a pandemia, Casagrande rebateu os dados. Em entrevista à CNN Brasil, o governador do Espírito Santo disse que o presidente estava torturando os números para inflar os repasses.
Casagrande tem ganhado visibilidade nacional com o enfrentamento à pandemia, mas ainda não tem a mesma projeção no país de outros líderes estaduais, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por exemplo.
A esquerda, espectro político ao qual pertence o PSB, ainda não encontrou um consenso para lançar um candidato à presidência e fazer frente ao bolsonarismo. Recentemente, duas importantes siglas voltaram a se colocar em lados opostos, no momento em que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) posicionou o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) como candidato de direita. Ambos atuaram como ministros no governo Lula, mas passaram a adotar o enfrentamento.