O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento, Cris Samorini (PP), foram vistos em clima de descontração durante um show da banda Calcinha Preta, no último sábado (10), em Teresina, capital do Piauí. A aparição gerou burburinho e especulações nas redes sociais e provocou críticas na Câmara Municipal de Vitória, devido à ausência simultânea dos dois principais cargos do Executivo.
Imagens divulgadas na manhã da quarta-feira (14) mostram Pazolini e Samorini no meio do público da casa de shows Xand’s Bar, no Bairro de Fátima. Em um vídeo, o prefeito aparece segurando um copo de bebida, ao lado da vice-prefeita, em clima considerado íntimo por internautas. A repercussão se intensificou pelo fato de Pazolini ser casado com a promotora de Justiça Paula Almeida.
Viagem após evento oficial
O prefeito esteve em São Luís, no Maranhão, na semana passada, onde participou do Encontro Maranhense de Controle, promovido pelo Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA), entre os dias 8 e 10 de maio. Na ocasião, ele apresentou os avanços da gestão municipal em urbanização e infraestrutura, incluindo o programa Casa Feliz e Segura e a requalificação das orlas de São Pedro, Andorinhas e Canal de Camburi, integrantes do Vitória de Frente para o Mar.
Na sexta-feira (9), Pazolini integrou uma mesa temática sobre regularização fundiária, ao lado de representantes do Judiciário maranhense e de conselheiros do TCE-MA. No dia seguinte, deslocou-se para o Piauí, estado vizinho, onde assistiu ao show com Samorini. Segundo apurado, ambos são fãs da banda Calcinha Preta.
Ausência simultânea e questionamentos
A principal crítica levantada por parlamentares e opositores diz respeito à ausência simultânea do prefeito e da vice-prefeita da capital capixaba. Durante sessão na Câmara Municipal de Vitória, na quarta-feira (14), o vereador Dárcio Bracarense (PL), que integra a base bolsonarista, classificou a situação como um “vácuo institucional”.
“Não estamos tratando da vida pessoal dos envolvidos. O que está em jogo aqui é a responsabilidade com a administração pública. Vitória ficou, ainda que por pouco tempo, sem comando, sem comunicação oficial e sem respeito às normas legais. Isso é gravíssimo”, afirmou o vereador, que protocolou um requerimento solicitando explicações ao Executivo.
O documento questiona as datas e os destinos das viagens, se houve comunicação à Câmara, quem assumiu a chefia do Executivo no período e se recursos públicos foram utilizados. Também solicita esclarecimentos sobre a natureza da viagem da vice-prefeita, que não constava como missão oficial.
O que diz a Lei Orgânica de Vitória
A ausência simultânea do prefeito e da vice-prefeita não é vedada pela Lei Orgânica de Vitória, desde que não ultrapasse o prazo de 15 dias e seja devidamente comunicada. O artigo 107 estabelece que afastamentos por mais de 15 dias ou para fora do país devem ter autorização da Câmara Municipal. Também determina que qualquer afastamento seja comunicado ao Legislativo com ao menos cinco dias de antecedência.
A assessoria da Prefeitura informou em nota que “não houve qualquer gasto de recurso público com diárias ou passagens aéreas emitidas em nome do prefeito, Lorenzo Silva de Pazolini, ou da vice-prefeita, Cristhine Samorini, nos períodos mencionados”.