Uma mulher de 33 anos foi presa, no Rio de Janeiro, e outras duas pessoas de São Paulo estão foragidas suspeitas de planejar a morte de uma pessoa em situação de rua e transmitir o assassinato ao vivo pela internet.
A prisão da mulher se deu no último sábado (10) durante a Operação Cyberbullying, ação conjunta da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), com o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo e da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) do Rio de Janeiro. Detalhes da prisão e das investigações foram divulgados em entrevista coletiva nesta sexta-feira (16), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, as investigações começaram em janeiro deste ano após a polícia capixaba receber uma denúncia de que uma adolescente de 15 anos, moradora da Serra, estava sendo vítima de um grupo online – no servidor Discord – , criado para várias práticas criminosas, como automutilação, cyberbullying, incitação ao crime, corrupção de menores e outras.
O grupo teria sido criado em agosto de 2023 e promovia verdadeiras barbáries, compartilhando imagens de crimes, maus-tratos a animais e mutilação. Entre esses crimes estaria a intensão de transmitir ao vivo a morte de uma pessoa em situação de rua em São Paulo.
Após o caso da vítima capixaba, a polícia começou o trabalho para identificar as pessoas que faziam parte dessa rede e conseguiu obter a prisão da mulher, apontada como uma das líderes do grupo, no Rio de Janeiro no sábado (10). Segundo as investigações, além de incitar crimes, a mulher também é suspeita de manter um relacionamento virtual com um menor de idade.
De acordo com a polícia, a mulher responderá por induzimento de automutilação, corrupção de menores e cyberbullying. Porém a Justiça vai analisar a responsabilização por outros crimes que possam ter sido cometidos pela suspeita.
O delegado Brenno Andrade aproveitou o tema para ressaltar a importância dos pais e responsáveis por crianças e adolescentes acompanharem quais os conteúdos estão sendo consumidos por eles na internet, para evitar danos maiores.