A Polícia Federal, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou na manhã desta terça-feira (14), uma operação chamada “Onipresente” para investigar a atuação de uma organização criminosa que fechou contratos de prestação de serviços na área de informática com 74 prefeituras do Espírito Santo, além de outras 7 em outros Estados.
De acordo com a Polícia Federal, suspeitos de envolvimento na ação criminosa revelaram que contavam com uma sólida rede de influência econômica, bem como pessoas jurídicas pertencentes ao grupo empresarial investigado.
Atuação da quadrilha
Eles atuavam na área de desenvolvimento de programas de informática, fornecimento de provedores de internet, além de consultoria e assessoria de sistemas, para direcionar e assim fraudar procedimentos licitatórios, seja por meio da inclusão de cláusulas
restritivas ou mesmo através de simulação de concorrência e rodízio das empresas contratadas.
Acompanhando o caso
A polícia começou a acompanhar a organização criminosa em 2016, quando perceberam que os documentos analisados dão conta de que o grupo realizava o crime desde 2002, junto a prefeituras e outros órgãos municipais, dominando as contratações em alguns setores capixabas, sobretudo da área de informática.
No período de janeiro de 2017 a junho de 2022, as 74 prefeituras do ES investiram o montante de R$ 165,4 milhões em favor da principal empresa gerida pelo grupo, dos quais R$ 136,0 milhões já teriam sido pagos, envolvendo recursos federais e recursos próprios dos municípios.
Foram identificados indícios de irregularidades que que diz respeito a um possível direcionamento das contratações em favor das empresas, que ainda são investigadas por lavagem de capitais, corrupção ativa e passiva, além da constituição de organização criminosa.
Busca e apreensão
Foi autorizado pela 1ª Vara Federal Criminal de Vitória/ES, 10 mandados de buscas e apreensão, que são executados em pessoas físicas e jurídicas, envolvidas no contexto da investigação, ocupando diferentes funções na hierarquia do crime, abarcando empresários, interpostas pessoas, operadores financeiros e prováveis líderes do esquema criminoso.
Ao todo, 49 policiais federais e 4 servidores da Controladoria-Geral da União participam da deflagração, executando as medidas cautelares nos municípios de Domingos Martins e Vitória/ES.
O nome da operação faz referência ao adjetivo masculino e feminino que significa ubíquo e caracteriza algo ou alguém que está presente em todos os lugares ao mesmo tempo.