Começa na próxima segunda-feira (3) o julgamento do ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves, acusado de abusar sexualmente e matar carbonizados o filho e o enteado, de 3 e 6 anos de idade, em abril de 2018, em Linhares. O júri está previsto para começar às 9h, no Fórum de Linhares, no Norte do Espírito Santo.
Georgeval vai a júri popular quase cinco anos após o crime em que é acusado de ter estuprado e matado o filho Joaquim Alves, 3 anos, e o enteado Kauã Butkovsky, 6, na casa em que a família morava, em Linhares.
Nesta sexta-feira (31) a defesa do ex-pastor Georgeval pediu o adiamento do júri, mas o pedido foi negado pelo juiz. Entre as alegações da defesa para sustentar a justificativa do adiamento, está o pedido de substituição de uma das testemunhas que, pelo fato de não morar no Espírito Santo, não poderia comparecer ao julgamento.
Dessa forma, a testemunha deve ser ouvida por videoconferência e, caso ocorra qualquer dificuldade durante o depoimento, a responsabilidade será da própria defesa.
Ainda conforme a apuração, o advogado do ex-pastor também teria alegado outros apontamentos como falta de segurança de Georgeval, laudo psiquiátrico, entre outras motivações.
Entenda o caso
O crime aconteceu durante a madrugada do dia 21 de abril de 2018, na residência onde as crianças moravam com a mãe Juliana Salles e o pastor Georgeval Alves Gonçalves, pai de Joaquim e padrasto de Kauã, Norte do Espírito Santo. As crianças morreram após terem sido abusadas sexualmente e queimadas vivas. Elas estavam em casa, com o pastor. A mãe estava em Minas Gerais, com o filho mais novo do casal.
No dia do crime, Georgeval estava sozinho com os meninos, pois Juliana havia viajado para um evento religioso em Minas Gerais com o filho bebê do casal. Os dois eram considerados informalmente como pastores na igreja que atuavam em Linhares.
Entre perícias e depoimentos, a polícia reuniu materialidade para solicitar a prisão do pastor Georgeval, sete dias depois da morte de Kauã e Joaquim. O caso foi encerado na esfera policial em 23 de maio de 2018 com o indiciamento por duplo homicídio, duplo estupro, fraude processual e tortura.
Nas mãos do Ministério Público, os levantamentos da investigação levaram ao pedido de prisão da mãe das vítimas, Juliana Salles, acusada de duplo homicídio, duplo estupro e fraude processual na forma omissa, pois a investigação apontou que ela sabia que o marido representava risco para os filhos e, mesmo assim, permitiu que ele ficasse com próximo a eles.
Juliana foi presa em 20 de junho, em Minas Gerais, e solta em 7 de novembro do mesmo ano, por meio de um alvará de soltura expedido pela Justiça.
Os dois são acusados da morte dos irmãos, sendo que Juliana responde ao processo em liberdade sob acusação de omissão.