A Polícia Civil de Linhares, norte do Espírito Santo, concluiu o inquérito e indiciou as três jovens acusadas de racismo em vídeo que viralizou nas redes sociais no último final de semana. O caso ganhou repercussão e foi publicado em vários portais de notícias do país.
A mais velha do grupo, de 19 anos, foi indiciada pelo crime de racismo que prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos. Já as duas adolescentes de 17 e 16 anos, foram enquadradas em ato infracional semelhante a racismo. Elas prestaram depoimento na delegacia regional de Linhares. Representantes do movimento negro da cidade também foram ouvidos.
No vídeo, as três jovens participam de uma espécie de desafio de perguntas e respostas e em vários momentos se dirigem a pessoas negras de forma preconceituosa, com falas como “amizade com preto não vale nada” ou “pelo menos não fui enganada por um preto”.
Segundo a Polícia Civil, a investigação do caso foi aberta assim quem o conteúdo chegou às autoridades. Durante o depoimento à polícia, as três jovens permaneceram em silêncio por orientação de seus advogados. O caso agora está na Justiça que tomará as providências cabíveis.
Depoimentos na delegacia
Prestou depoimento na delegacia regional de Linhares, norte do Espírito Santo, nesta terça-feira (9) a terceira jovem, de 17 anos, investigada por suposto crime de racismo nas redes sociais. Outras duas meninas, de 16 e 19 anos, haviam sido ouvidas na tarde de segunda-feira (8).
No vídeo, que publicaram com falas racistas no TikTok, as jovens aparecem conversando e, em diversos momentos, se dirigem a pessoas negras de forma preconceituosa, com falas como “amizade com preto não vale nada” ou “pelo menos não fui enganada por um preto”.
A publicação causou revolta nas redes sociais e o caso ganhou grandes proporções, parando inclusive em noticiários nacionais.
Segundo a Polícia Civil, após receberem informações sobre o caso eles deram início às investigações. O vídeo gravado pelas jovens e todas as reportagens veiculadas na imprensa foram anexados à investigação.
Jovens ficaram em silêncio durante interrogatório
As jovens foram identificadas e intimadas a comparecer na delegacia para serem interrogadas. De acordo com o delegado Fabrício Lucindo, chefe da delegacia Regional de Linhares, as três jovens se valeram do direito de permanecer em silêncio em depoimento.
Além disso, os membros do movimento negro de Linhares e pessoas da comunidade também foram ouvidas e passaram o entendimento sobre a situação.
Das duas que foram à unidade na segunda-feira, uma chegou acompanhada de quatro advogados, e a outra de três. Já a menor que foi depor nesta terça-feira chegou ao local com dois advogados, além do pai e da mãe dela. Segundo o delegado, os advogados das três decidiram fazer a defesa em juízo.
Por se tratar de uma Ação Penal Pública, o inquérito foi aberto mesmo sem a denúncia formal. O inquérito foi instaurado pela Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (DIPO) de Linhares.