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Flávio Dino intima líder do PL para explicar acordo sobre emendas parlamentares

28 abr 2025 - 13:33

Redação Em Dia ES

por Julieverson Figueredo, com informações de Agência Brasil

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Deputado Sóstenes Cavalcante terá 48 horas para prestar esclarecimentos sobre declarações que indicam possível acordo político paralelo envolvendo distribuição de emendas de comissão
Flávio Dino intima líder do PL para explicar acordo sobre emendas parlamentares. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou no domingo (27) a intimação do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara dos Deputados, para que ele esclareça, no prazo de 48 horas, declarações relacionadas à existência de um acordo para a distribuição de emendas de comissão. A decisão foi tomada no âmbito das ações que visam dar maior transparência e rastreabilidade à indicação de recursos do Orçamento da União.

Dino é relator dos processos em que Supremo, Congresso Nacional e governo federal estabeleceram um plano de trabalho para disciplinar a aplicação de bilhões de reais em emendas parlamentares. Para o ministro, a eventual existência de um acordo político paralelo pode comprometer a execução do plano e precisa ser esclarecida pelo parlamentar.

“As declarações atribuídas ao líder do PL na Câmara, Deputado Sóstenes Cavalcante, se verdadeiras, poderiam indicar que emendas de comissão estariam novamente em dissonância com a Constituição Federal e com a Lei Complementar nº 210/2024”, afirmou Flávio Dino, referindo-se à legislação sancionada em novembro de 2024 para regulamentar a distribuição dessas emendas.

A medida foi motivada por entrevista concedida por Sóstenes Cavalcante ao jornal O Globo, publicada na sexta-feira (25). Na ocasião, o deputado declarou que haveria um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para a divisão das emendas. Segundo o parlamentar, 30% dos valores destinados às comissões seriam controlados pelo partido que preside cada colegiado, enquanto os 70% restantes seriam distribuídos pelo presidente da Câmara entre os demais partidos.

Ainda conforme publicado pelo jornal, Sóstenes afirmou que o acordo poderia ser rompido caso não fosse pautado o projeto de lei que trata da anistia para presos e réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas. “Se for preciso uma medida extrema, vamos desrespeitar esse acordo e passar a gerenciar 100% do valor das emendas das comissões que presidimos, dividindo o montante entre os deputados que votaram pela urgência da anistia”, declarou o deputado, de acordo com a reportagem.

A fala foi reproduzida por Flávio Dino na decisão que determinou a intimação do parlamentar. “Esses esclarecimentos, ora requisitados, associam-se ao dever do Relator de assegurar o fiel cumprimento do Acórdão do Plenário do STF, no tocante ao fim de qualquer modalidade de ‘orçamento secreto’”, registrou o ministro. Dino acrescentou que a manifestação de Sóstenes permitirá “uma melhor análise quanto a estes fatos novos revelados pelo multicitado Líder Partidário” e que, após receber os esclarecimentos, poderá analisar “novas medidas eventualmente necessárias”.

Em resposta, Sóstenes Cavalcante utilizou seu perfil na rede social X para comentar a decisão. “Tomei conhecimento pela imprensa de que teria sido intimado para esclarecimentos sobre manifestações políticas realizadas no exercício do meu mandato. Quando for oficialmente notificado, responderei com a firmeza, transparência e equilíbrio necessário!”, publicou o deputado. Em outra postagem, Sóstenes afirmou: “O Parlamento é livre. Deputado eleito pelo povo não se curva a ameaças de ministro do STF”.

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Atualizado: 28/04/2025 14:57

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