Foi marcado para o dia 13 de março, às 9h, no Fórum de Linhares, no Norte do Espírito Santo, o julgamento de Georgeval Alves Gonçalves.
Ele é acusado de abusar sexualmente e matar o filho e o enteado, os irmãos Kauã e Joaquim. De acordo com a investigação, eles foram queimados dentro do quarto, em 2018, em Linhares.
De acordo com a nota divulgada à imprensa, os advogados de acusação Síderson Vitorino e Lharyssa Almeida afirmaram que existe fundamento para que seja feito pedido de prisão para mais de 100 anos.
“Conhecemos o processo a fundo em cada uma das suas páginas, e estamos preparados para requerer mais de 100 anos de prisão para Georgeval Alves, pelos crimes que cometeu”.
O juiz da Primeira Vara Criminal de Linhares, Tiago Fávaro Camata, na mesma decisão em que marcou a data do julgamento, manteve a prisão preventiva do acusado nos seguintes termos: “…como medida de garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal”.
Entenda o caso
O assassinato aconteceu durante a madrugada, na casa onde as crianças moravam com a mãe Juliana Salles e o pastor Georgeval Alves Gonçalves, pai de Joaquim e padrasto de Kauã, no Centro de Linhares. Os dois são acusados da morte dos irmãos, sendo que Juliana responde ao processo em liberdade sob acusação de omissão.
No dia do crime, Georgeval estava sozinho com os meninos, pois Juliana havia viajado para um evento religioso em Minas Gerais com o filho bebê do casal. Os dois eram considerados informalmente como pastores na igreja que atuavam em Linhares.
Entre perícias e depoimentos, a polícia reuniu materialidade para solicitar a prisão do pastor Georgeval, sete dias depois da morte de Kauã e Joaquim. O caso foi encerado na esfera policial em 23 de maio de 2018 com o indiciamento por duplo homicídio, duplo estupro, fraude processual e tortura.
Nas mãos do Ministério Público, os levantamentos da investigação levaram ao pedido de prisão da mãe das vítimas, Juliana Salles, acusada de duplo homicídio, duplo estupro e fraude processual na forma omissa, pois a investigação apontou que ela sabia que o marido representava risco para os filhos e, mesmo assim, permitiu que ele ficasse com próximo a eles.
Juliana foi presa em 20 de junho, em Minas Gerais, e solta em 7 de novembro do mesmo ano, por meio de um alvará de soltura expedido pela Justiça. Ele continua preso no sistema penitenciário do Espírito Santo.