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Trump cita Brasil em discurso e acusa país de tarifas ‘injustas’

05 mar 2025 - 09:30

Redação Em Dia ES

com informações são de Jamil Chade, do UOL

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Presidente dos EUA inclui Brasil em lista de países que supostamente prejudicam os interesses comerciais americanos e anuncia medidas de reciprocidade a partir de abril
Trump cita Brasil em discurso e acusa país de tarifas 'injustas'. Foto: Jim Watson/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou o Brasil em seu discurso ao Congresso na noite desta terça-feira (04), acusando o país de adotar tarifas “injustas” contra produtos americanos. As informações são de Jamil Chade, do UOL. A declaração foi feita no contexto de sua defesa por uma política comercial mais protecionista, prevendo a imposição de tarifas equivalentes sobre produtos importados. Além do Brasil, também foram citados China, México, Canadá, Índia e países europeus. Segundo Trump, as novas medidas entrarão em vigor em 2 de abril.

A referência ao Brasil ocorre semanas depois de a Casa Branca justificar a imposição de tarifas sobre o etanol brasileiro, alegando uma discrepância nas taxas aplicadas por ambos os países. O governo americano afirmou que o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre o etanol importado dos EUA, enquanto o produto brasileiro é taxado em apenas 2,5% no mercado americano. O Departamento de Comércio dos EUA informou que, em 2024, os EUA importaram US$ 200 milhões em etanol do Brasil, mas exportaram apenas US$ 52 milhões para o mercado brasileiro.

“Todos os países se aproveitaram de nós por muitos anos, mas isso não vai mais acontecer”, afirmou Trump no discurso. “O que eles nos colocarem de tarifas, colocaremos neles.” O presidente americano também reconheceu que pode haver impactos econômicos de curto prazo: “Haverá alguma dificuldade. Mas tudo bem, não vai ser muita”.

A Câmara de Comércio Brasil-EUA destaca que as tarifas aplicadas pelo Brasil aos bens americanos têm uma média de 2,7%. Dados do Ministério da Economia brasileiro apontam que os EUA tiveram um superávit de mais de US$ 200 bilhões na balança comercial com o Brasil.

O Brasil zerou a tarifa sobre o etanol americano durante o governo de Jair Bolsonaro, mas retomou a cobrança de 18% nos primeiros meses do governo Lula. O setor de biocombustíveis americano, principalmente nos estados de Iowa, Nebraska, Missouri, Indiana e Kansas, tem pressionado a Casa Branca para obter vantagens comerciais no setor.

A menção ao Brasil no discurso de Trump ocorre no momento em que Canadá, México e China anunciam medidas de retaliação contra os EUA, ampliando a possibilidade de uma guerra comercial. Para a senadora democrata Elissa Slotkin, de Michigan, as medidas anunciadas podem gerar impactos negativos na economia americana. “Se ele não for cuidadoso, seu governo irá nos levar à recessão”, declarou.

O discurso foi marcado por protestos de parlamentares democratas. Alguns se recusaram a comparecer à sessão, enquanto outros deixaram o local antes do término da fala de Trump. O deputado Maxwell Frost vestia uma camisa com a frase “Nenhum rei vive aqui”. Outros parlamentares ergueram cartazes com mensagens contrárias às declarações de Trump, enquanto alguns usaram roupas rosas em protesto contra suas políticas.

A oposição também se manifestou sobre as menções ao Brasil e a outros países. “Trump quer ser um rei. Mas não temos rei neste país”, disse Frost após sair da sessão. No plenário, deputados seguravam cartazes com os dizeres “Ele está mentindo” e “Musk rouba”, em crítica ao bilionário Elon Musk, citado por Trump como um exemplo de “gênio americano”.

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Atualizado: 05/03/2025 10:16

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