Terminou sem consenso mais uma reunião de repactuação do processo reparatório da tragédia ocorrida em Mariana, Minas Gerais em 2015. O encontro reuniu o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, o procurador-geral da República, Augusto Aras, representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), dos governos de Minas Gerais e Espírito Santo, Ministérios Públicos estaduais e representantes das mineradoras Samarco e suas sócias Vale e BHP.
As mineradoras ofereceram entre 60% e 70% do valor esperado, e a proposta não contempla as atuais gerações, segundo avaliaram os participantes do encontro. Nesta quarta-feira (24), a Vale divulgou nota na sequência da reunião, mas sem informações novas. “A negociação segue em andamento. A Vale, como acionista da Samarco, reforça o compromisso com a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem”, diz a nota.
As negociações ocorrem no âmbito de uma mediação conduzida pelo CNJ e voltada para a repactuação de todos os esforços de reparação. Nas redes sociais, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande lamentou a “insensibilidade” das empresas com os atingidos.
“As empresas responsáveis pelo desastre de Mariana praticamente descartaram acordo para reparar os danos ambientais, sociais e econômicos, apesar das reuniões mediadas pelo CNJ. Diante da insensibilidade com os atingidos, caberá à Justiça cumprir com total rigor o seu papel”, postou Casagrande.
Em nota a Fundação Renova informa:
Renova afirma manter ações de reparação
A Fundação Renova divulgou nota em que esclarece que o trabalho de reparação dos danos começou imediatamente após o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, em Mariana (MG). Segundo a fundação, as ações consistem no pagamento de indenizações e auxílios financeiros, reassentamentos, recuperação ambiental, monitoramento da qualidade da água e repasses de recursos a municípios e governos estaduais.
De acordo com a Renova, todas as atividades continuaram mesmo durante as negociações conduzidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), das quais a Fundação Renova não faz parte.
Até julho de 2022, mais de 400 mil pessoas receberam R$ 11,16 bilhões em indenizações e auxílios financeiros em Minas Gerais e no Espírito Santo. Esse valor integra um total de cerca de R$ 24 bilhões desembolsados nas ações socioambientais e socioeconômicas.