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Slater sugere regra para competir ‘até os 70’ e relembra brigas com Irons

08 maio 2013 - 13:10

Redação Em Dia ES

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Foram dois anos sem vir ao Brasil. No retorno, ideias a mil por hora e saudosismo ao recordar histórias. Kelly Slater, 41 anos, 11 títulos mundiais e atual líder do ranking, disputará toda a temporada 2013. Mas isso não basta. No Rio de Janeiro esta semana para a terceira etapa do Circuito Mundial masculino, o americano pretende usar a força de sua voz para sugerir mudanças à Associação dos Surfistas Profissionais (ASP). Quer mais convidados em cada um dos eventos, quer vagas “eternas” para grandes campeões. E assim, quem sabe, prolongar a carreira até a Terceira Idade.

Slater faz parte do conselho de atletas, que se reúne regularmente para debater regras do Circuito Mundial. Atualmente, 34 surfistas têm o direito de disputar o World Championship Tour (WCT), a elite, e, em cada etapa, participam dois convidados.

– Poderia ter uns 30 surfistas no circuito e mais convidados em cada etapa. Se o cara vencesse a etapa de Pipeline, por exemplo, poderia ficar cinco anos competindo lá como convidado. Ou se vencesse tantas vezes um determinado evento seria sempre convidado para ele. É algo que acontece no golfe, é muito legal. Mantém a tradição. É claro que um cara de 60, 70 anos não vai vencer um campeonato. Mas é legal para os fãs. Traz um algo a mais para o esporte.

Não seria a primeira vez que uma ideia de Slater sairia do papel. Foi sugestão dele o “dual heat”, sistema de disputa com duas baterias ao mesmo tempo. O formato salva campeonatos quando a janela de espera está prestes a se encerrar.

A mais nova ideia, se aprovada, seria uma garantia de ver Slater em ação por longo tempo. Pela regra que sugeriu, ele teria vaga eterna para o Pipeline Masters: é o recordista de vitórias na etapa mais tradicional do Mundial – seis (1992, 1994, 1995, 1996, 1999 e 2008).

– Se tivesse isso, aí eu competiria em Pipe até os 70 anos. Arriscaria minha vida para ter a chance de surfar lá – diz, rindo.

Slater parece ter abstraído o assunto aposentadoria. Nos últimos anos, fez do tema mistério. Uma certa tortura até. A cada derrota frustrante ou novo recorde, botava em dúvida sua participação na temporada seguinte. Ao longo de mais de duas décadas, viu adversários pararem de competir, viu novos surgirem. E se reinventou. Correu atrás e aprendeu manobras aéreas – principal trunfo das novas gerações. Só as dores, nas costas e no pescoço, por vezes fazem lembrar que o carequinha ali tem 41 anos.

– Não tenho um grande plano para o Circuito Mundial… Nos últimos anos, eu pensei muito em parar. Mas os campeonatos me ajudam a me manter motivado. Talvez, se eu não competisse mais, estaria surfando ondas melhores. Por outro lado, eu poderia não estar surfando tão bem quanto estou hoje.

‘Eu e Andy éramos como irmãos que se odiavam’

Um dos maiores rivais, ele destacou – e muito -, é Adriano de Souza, o Mineirinho. Em Porto Rico 2010, na caminhada até o décimo título mundial, Slater disse que os duelos acirrados com o brasileiro o faziam lembrar Andy Irons. O havaiano, antigo desafeto, morrera dias antes daquela conquista, em decorrência de parada cardíaca e uso de drogas. E é aí que Slater se empolga ainda mais com a conversa. Os olhos ficam mais azuis, parecem querem voltar àquele tempo. Depois de muitos anos de “brigas”, a rivalidade entre eles se tornou amizade.

Lembra com carinho do amigo, das histórias e até das brigas. Irons, campeão mundial de 2002 a 2004, foi seu maior rival de todos os tempos.

– Com o Andy era uma coisa pessoal. Éramos tão diferentes, de personalidades tão diferentes. Chegou a um ponto em quê… Teve uma vez que eu estava usando uma roupa de borracha branca. Ele passou por mim na água, remando, e gritou: “Eu odeio quem usa roupa branca. Odeio”. Éramos completamente opostos, como dois irmãos que se odiavam.

Fonte: Globoesporte.com

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Atualizado: 08/05/2013 13:10

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