O Senac-ES realizou, entre os dias 23 e 25 de setembro, o 1º Seminário Estadual de Libras, no Auditório do Sesc, em Linhares. O evento, que contou com mais de 350 participantes, teve como objetivo conscientizar o público sobre a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como ferramenta para promover a inclusão e a acessibilidade.
Diversos palestrantes de diferentes regiões do país compartilharam suas experiências e vivências no campo da educação e acessibilidade, com o apoio de intérpretes, permitindo uma comunicação mais inclusiva.
O seminário foi um marco dentro do contexto das ações promovidas em setembro, mês que carrega datas importantes para a comunidade surda, como o Dia Internacional das Línguas de Sinais, em 23 de setembro, e o Dia Nacional do Surdo, celebrado no dia 26 de setembro.
As atividades realizadas pelo Senac-ES fazem parte de uma campanha maior de sensibilização, que busca fomentar o debate sobre os desafios enfrentados por pessoas surdas no Brasil.
Paulo Fernando, policial militar de 43 anos, foi um dos participantes do evento. Morador do Bairro Juparanã, ele começou a se interessar por Libras em 2015, quando decidiu fazer um curso básico para melhorar a comunicação com a comunidade surda. Hoje, aluno do curso Técnico de Libras do Senac-ES, ele esteve presente durante os três dias do seminário e reforçou a importância de incluir o ensino da língua de sinais nas escolas.
“Aprender inglês é muito importante, mas aprender Libras é fundamental. Da mesma forma que o incentivo ao estudo de um segundo idioma, como o inglês, é feito desde o ensino fundamental, a Língua Brasileira de Sinais deveria receber a mesma atenção. Seria um grande avanço tanto na inclusão quanto na acessibilidade”, afirmou Paulo.
Um dos momentos mais emocionantes do evento foi a palestra de Sueli Ramalho, atriz e escritora, que compartilhou sua trajetória como parte de uma família composta por três gerações de pessoas surdas. Em sua apresentação, Sueli destacou as dificuldades enfrentadas ao longo de sua vida e como superou as adversidades, mostrando que ser surdo não é sinônimo de incapacidade.
Marilene Carvalho, de 46 anos, moradora do Bairro Santa Cruz, também acompanhou o seminário. Ela iniciou seus estudos em Libras em 2015, enquanto cursava pedagogia, e desde então continuou aprimorando seus conhecimentos na língua de sinais. Para Marilene, o evento trouxe um novo olhar sobre a capacidade de superação das pessoas surdas.
“A gente teve a oportunidade de conhecer de perto a capacidade, a superação e a busca constante do desenvolvimento profissional de pessoas que não tinham a comunicação a seu favor. Se hoje ainda existem obstáculos, imagine antigamente? Por isso, são histórias inspiradoras que demonstram muita força, resiliência e capacidade de adaptação”, destacou.
A Gerente de Educação Profissional do Senac em Linhares, Tatiane Santos, também participou da organização do evento e explicou que a inclusão é uma das prioridades da instituição.
“Somos o maior complexo de educação profissional do país. Logo, diversidade, inclusão e acessibilidade são pilares que consideramos fundamentais para a construção de uma sociedade mais igualitária e também para um cenário de crescimento socioeconômico que possa beneficiar a todos os grupos”, afirmou Tatiane.