As comunicações entre líderes facilitavam o tráfico de drogas, armas e homicídios
O Ministério Público do Espírito Santo deflagrou a operação “Armistício” nesta segunda-feira (19) com o objetivo de apurar crimes contra a organização criminosa conhecida como Primeiro Comando de Vitória (PCV). Segundo as investigações, advogados usam os direitos inerentes à profissão para facilitar a comunicação entre líderes de organizações criminosas que estão presos no sistema penitenciário capixaba. As investigações começaram em 2019.
Através de interceptações telefônicas foi possível encontrar provas de tráfico de drogas, compra de armas e munições, planejamento e execução de homicídios, queima de ônibus e outras ações violentas. Esses atos, segundo os promotores, foram possíveis graças à comunicação intermediada por advogados.
A operação desta segunda-feira cumpre 37 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em municípios da Grande Vitória, Aracruz e São Mateus. Há mandados relacionados a nove advogados, cuja busca e apreensão tem acompanhamento de representantes da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES), em cumprimento de decisão judicial da 10ª Vara Criminal de Vitória.
Além dos mandados judiciais, serão cumpridas notificações de advogados para serem ouvidos perante o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).