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MST ocupa fazenda em São Mateus, no norte do Espírito Santo

17 abr 2024 - 13:52

Redação Em Dia ES

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Ação faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que acontece em vários lugares do Brasil, e faz memória ao “Massacre de Eldorado dos Carajás”, ocorrido há exatos 28 ano
MST ocupa fazenda em São Mateus, no norte do Espírito Santo. Foto: Sérgio Cardoso/MST

Cerca de 200 famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam uma fazenda localizada às margens da ES 381, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, desde a madrugada desta quarta-feira (17).

Segundo o grupo, a ação faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que acontece em vários lugares do Brasil.

O MST afirma que o local ocupado, conhecido como Fazenda Coqueirinho, tem 294 hectares – sendo 28 hectares de parte devoluta – e já foi sede de uma antiga fábrica de farinha de mandioca. O movimento afirma que a área está na Justiça Federal, por conta do não cumprimento de direitos trabalhistas.

A atividade faz memória ao “Massacre de Eldorado dos Carajás”, ocorrido há exatos 28 anos, com o assassinato de 21 membros do MST, segundo o movimento.

Neste ano, tem como lema “Ocupar para o Brasil alimentar”, sendo uma alternativa para a produção de alimentos saudáveis para a população, no combate à fome, na geração de empregos e no desenvolvimento social.

Massacre de Eldorado dos Carajás
O MST, como em todos os anos há quase três décadas, transforma a semana do dia 17 de abril em marco na luta pela reforma agrária.

A data lembra o assassinato de 21 trabalhadores rurais, em 1996, na chamada Curva do S, como ficou conhecido o trecho da rodovia PA-150, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará, em que policiais militares armaram uma emboscada e atiraram contra um grupo do movimento que seguia em marcha até a capital Belém.

O local transformou-se em memorial em homenagem aos mártires do movimento, ponto de encontro anual para atividades do MST, que já sediou um acampamento pedagógico da juventude, e este ano promove ato político e religioso em defesa de uma reforma agrária que promova a agricultura familiar sustentável.

“Em um processo de cura coletiva, a curva do S, que ficou marcada pela violência, se transformou também em símbolo de resistência, tornando-se campo sagrado de onde as vozes silenciadas dão o grito. O grito pela terra, pela vida, pela natureza, pelos seres humanos. E neste espírito, convocamos para nos reunirmos entre as castanheiras para um ato de semeadura dos dias de abundância e felicidade que construiremos”, diz o movimento, em nota.

Na atual jornada de luta pela reforma agrária, chamada de Abril Vermelho, o MST informou ter realizado, até o momento, 30 ações diversas em 14 estados do país, mobilizando mais de 20 mil famílias sem terra. Desse total, foram 24 ocupações de terra em 11 estados. O movimento, que completa 40 anos de fundação, denuncia a existência de 105 mil famílias acampadas às margens de rodovias em todo o país aguardando um pedaço de terra.

“As ocupações de terra enfatizam a importância da reforma agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis no Brasil, tendo como foco a erradicação da fome no campo e na cidade, garantindo o desenvolvimento do país, no contexto agrário, social, econômico e político. Vale destacar que estamos em uma conjuntura em que o orçamento voltado para a obtenção de terra e direitos básicos no campo, como infraestrutura, crédito para produção, moradia, entre outros, é por dois anos consecutivos, o menor dos últimos 20 anos”, diz o movimento.

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Atualizado 17 abr 2024 - 12:52

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