Inquérito Epidemiológico testou 844 internos. Destes, 267 contraíram a doença. Pela estimativa, dos 22 mil presos, cerca de 7 mil foram infectados
Sete mil presos do sistema prisional capixaba foram infectados pelo novo coronavírus. O número representa cerca de 31,6% dos internos. Os dados são baseados em uma estatística do Inquérito Epidemiológico do sistema prisional, divulgado nesta quarta-feira pelo governo do Estado.
No total, foram realizados 1.830 testes rápidos em internos, servidores penitenciários e profissionais de saúde de todas as unidades prisionais do Espírito Santo. A iniciativa da (Sejus) Secretaria da Justiça contou com o apoio da Sesa (Secretaria da Saúde), Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e Instituto Jones dos Santos Neves.
Durante a primeira fase do estudo, realizado entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro, 844 internos foram testados. Destes, 267 tiveram resultados positivos, sendo 81 casos ativos. Pela estimativa, dos 22 mil presos do sistema penitenciário capixaba, cerca de sete mil teriam sido infectados.
Na região Norte, 43,7% dos custodiados testados tiveram resultado positivo para a doença. Na região Metropolitana essa taxa foi de 28,7%; enquanto na região Sul, 19,8% dos presos testados tiveram contato com o vírus.
Ainda de acordo com o estudo, 95% dos internos infectados são do sexo masculino e 79,6% dos positivados têm entre 21 a 40 anos.
Para realização da segunda fase do Inquérito Epidemiológico, a Sejus aguarda o recebimento dos testes pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), com a previsão de testagem de cerca de duas mil pessoas.
Perfil dos profissionais testados positivamente
A pesquisa também abrangeu os servidores penitenciários e profissionais da saúde do sistema. No primeiro grupo, foram realizados 675 testes, dos quais 149 tiveram resultados positivo para a doença, sendo 48 ativos na data da testagem. A prevalência entre os servidores penitenciários é de 22,1%.
Os profissionais de saúde que atuam nas unidades também realizaram os exames: dos 311 testados, 37 apresentaram resultados positivos, três ativos no momento da testagem. A prevalência foi de 11,9%.
Metodologia
O estudo seguiu os mesmos moldes adotados no Inquérito Sorológico realizado nos municípios capixabas. Os testes foram realizados de forma aleatória, a partir de um sorteio realizado por meio de aplicativo específico executado pela Ufes.
O Instituto Jones dos Santos Neves atuou no desenvolvimento do instrumento de coleta, com um questionário sobre o perfil pessoal dos entrevistados, além de informações de saúde, como sintomas da Covid-19, hábitos de higiene, presença de comorbidades crônicas, entre outras.
Para otimizar as atividades em campo, também foi desenvolvido um painel de acompanhamento do andamento da pesquisa para cada uma das unidades prisionais. Deste modo, na medida em que a pesquisa era realizada, era possível monitorar quais unidades estavam próximas ou já tinham atingido as metas para cada um dos perfis que o inquérito abrangeu (internos, servidores penitenciários e profissionais da saúde do sistema).
Medidas de controle
Durante a realização do Inquérito Epidemiológico, medidas de controle foram tomadas para os casos ativos da doença. Internos foram encaminhados às áreas específicas de isolamento e receberam atendimento necessário pelas equipes de saúde. Já os servidores foram afastados e orientados a buscar o serviço de saúde mais próximo.
Desde o início da pandemia, diversas ações foram adotadas pela Sejus para prevenção e contenção da doença nas unidades prisionais, como a adoção de celas de isolamento para casos suspeitos e casos confirmados, mudanças nas rotinas de visitas, assistência religiosa e atividades laborais.
No site do governo do Estado, a Sejus garante oferecer atendimento de saúde em todas as unidades, garantindo assistência médica à população carcerária.