Foram 37 profissionais atuando diretamente no treinamento. A ação foi organizada pelo Samu 192) em parceria com a Sesa, o Detran|ES, entre outros órgãos
Um simulado da cena de um acidente de trânsito marcou o início da campanha Maio Amarelo no Estado, nesta quinta-feira (05), na Serra. Estudantes do curso de capacitação de resposta para Incidente com Múltiplas Vítimas (IMV) interpretaram acidentados num cenário realístico de acidentes envolvendo veículos e pedestres. A ação foi organizada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), em parceria com a Secretaria da Saúde (Sesa), o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran|ES), entre outros órgãos.
Foram 37 profissionais atuando diretamente no treinamento. O Incidente com Múltiplas Vítimas foi realizado em parceria com as Polícias Civil do Espírito Santo (PCES) e Militar do Espírito Santo (PMES), Corpo de Bombeiros Militar (CBMES), Defesa Civil, Samu 192, Detran|ES, Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb), Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAER), Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves (HEJSN) e a Guarda Municipal de Trânsito da Serra.
“Presenciamos o trabalho exemplar, organizado e integrado do Samu neste simulado. É essa união de núcleos de apoio da Saúde que resulta na entrega de um serviço de qualidade para a população capixaba”, ressaltou o subsecretário de Estado de Regulação, Controle e Avaliação em Saúde, Gleikson Barbosa do Santos, destacando ainda o programa Samu para Todos.
“Somente a Região Metropolitana tinha expansão com 52% de cobertura no Estado e o governador do Estado, Renato Casagrande, com o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, expandiram esse serviço. Atualmente, os consórcios intermunicipais de saúde assumem protagonismo, coordenando a operação no Estado. Estamos próximos de completar 100% da cobertura nos 78 municípios, fortalecendo a rede de urgência e emergência”, frisou Gleikson Barbosa do Santos.
A simulação
Quem passou pela rua 11-D, próximo ao Terminal de Laranjeiras, na Serra, observou a movimentação em uma das principais vias da cidade. O simulado de cena retratou um grave acidente envolvendo um ônibus com doze pessoas a bordo, outras quatro pessoas em um veículo do tipo passeio e quatro pedestres. Ao todo, no simulado, foram vinte vítimas, classificadas por níveis de ferimentos, sendo um óbito. Houve ainda a remoção de vítima pela aeronave do NOTAER.
“Quanto mais a gente treina, melhor a gente fica. Saindo daqui, depois que o treinamento prático terminar, vamos para o auditório do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves debater os pontos positivos e o que tem que ser melhorado para atender a população, que é nossa grande missão no Samu 192: atender sempre da melhor maneira possível e o mais rápido possível”, destacou o médico coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Samu 192, Thiago Nascimento.
A secretária municipal de Saúde da Serra, Bernadete Coelho, enfatizou o papel socioeducativo que deve ser estimulado, desde a escola aos ambientes familiares e de trabalho. “A educação está ligada à saúde. Lembro de quando começou a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança. Foi desafiador. Com o tempo, passou a ser cobrada multa aos motoristas que não utilizassem o cinto de segurança e, mesmo assim, ainda hoje vemos acontecer casos da falta do uso”, frisou.
Chegada ao HEUE
O Hospital Estadual de Urgência e Emergência ‘São Lucas’, em Vitória, recebeu uma das vítimas da simulação, com o apoio do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAER), que fez um pouso no heliponto do hospital, trazendo o paciente resgatado, uma aluna do curso de Medicina que se voluntariou para participar e ter uma experiência de aprendizado diferente, sob a ótica de um paciente.
O resgate, transporte e atendimento à vítima, ainda no heliponto, aconteceram de forma ágil e precisa. A simulação foi considerada um sucesso pelos participantes do NOTAER e do hospital. O diretor técnico do hospital, o médico Alexandre Bittencourt, pontuou que foi um momento importante de preparação para a equipe que está habituada a fazer esse tipo de atendimento, mas com as simulações teve a chance de analisar as situações de uma forma diferente.
“É um momento importante para treinar as equipes envolvidas em relação ao fluxo e aos processos ideais em momentos de acidentes, tendo a chance de mensurar os tempos envolvidos em cada procedimento, além de alertar a população para os perigos do trânsito, uma vez que os acidentes envolvendo veículos e pedestres estão entre as principais causas dos traumas atendidos na instituição”, reforçou Alexandre Bittencourt.
O cirurgião geral Marcos Rogério Farias Filho, que trabalha no hospital há 20 anos, reforçou a importância do heliponto para tornar o atendimento de trauma o mais ágil possível e explicou o fluxo do paciente, a partir do momento em que a equipe do NOTAER chega.
“Nós somos acionados assim que o helicóptero sai do local do acidente e já ficamos preparados para receber o paciente, que vai de elevador até a sala de choque, para atendimento médico e estabilização clínica. Depois são realizadas as avaliações secundárias, com exames de sangue e imagem. É possível ainda que o paciente vá direto para o Centro Cirúrgico, a depender da gravidade do quadro”, explicou o cirurgião.