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Na próxima terça-feira, 3 de junho, será celebrado o Dia de Caboclo Bernardo, herói linharense reconhecido por seu ato de bravura em 1887. Apesar da homenagem, a data ainda não é feriado oficial, pois não há uma lei aprovada nesse sentido.
Mesmo sem o status de feriado, a Prefeitura de Linhares decretou ponto facultativo nas repartições públicas municipais. O atendimento ao público será retomado na quarta-feira, 4 de junho. Esta é a primeira vez que o município adota essa medida em homenagem ao personagem histórico.
Durante o dia 3, três unidades de saúde, localizadas nos bairros Planalto, Bebedouro e Canivete, permanecerão abertas das 7h às 19h para atendimento à população. Além disso, o Hospital Geral de Linhares (HGL), a UPA Infantil 24h e a Central de Ambulâncias funcionarão normalmente. As escolas da rede municipal também terão expediente regular.
Quem foi Caboclo Bernardo?
O feito que consagrou Caboclo Bernardo como herói aconteceu na madrugada de 7 de setembro de 1887. Na ocasião, o vapor Marinheiro, da Marinha Imperial, com 142 tripulantes e sob o comando do tenente Arthur Índio do Brasil, colidiu com o Pontal do Rio Doce.
Na manhã seguinte, um escaler com 12 homens tentou alcançar a praia, mas foi despedaçado pelas ondas, resultando na morte de um marinheiro. Bernardo, que assistia à cena da praia, nadou até o navio e levou um cabo até ele, permitindo a montagem de um sistema de resgate com uma chalana de fundo chato. Apesar das dificuldades, o vaivém da embarcação possibilitou o salvamento de 128 marinheiros.
Seu ato heroico foi amplamente reconhecido. Convidado pelo então presidente da Província, Antônio Leite de Almeida, Bernardo foi a Vitória e, dias depois, levado ao Rio de Janeiro. Lá, foi homenageado pelo Clube Naval e condecorado pela Princesa Isabel com uma medalha por “serviços prestados à Nação”.
Em 18 de dezembro, Dom Pedro II decretou uma mesada para que Bernardo pudesse estudar na Europa. Por decisão da família, a oferta foi recusada, assim como um alto cargo na Capitania dos Portos. Bernardo optou por retornar à sua terra natal, na Barra do Rio Doce, e seguir com a vida simples.
Assassinato sem explicação
Em 3 de junho de 1914, Caboclo Bernardo foi assassinado com um tiro de garrucha disparado por Leonel Fernandes de Almeida. À época, o autor alegou ter atirado em “um papagaio comendo banana”. Condenado a 17 anos de prisão, cumpriu apenas seis. Leonel morreu em Linhares, paralítico, aos 72 anos. O motivo real do crime jamais foi esclarecido.
