O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concedeu, nesta segunda-feira (9), habeas corpus à influenciadora Deolane Bezerra, detida em operação que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos de azar. A decisão também beneficiou Maria Eduarda Filizola, esposa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da plataforma de apostas Esportes da Sorte. Deolane Bezerra, no entanto, ainda não foi liberada da Colônia Penal Feminina, no Recife, onde está presa desde a última quarta-feira (4).
O TJPE não divulgou detalhes do processo, que tramita em segredo de justiça. A prisão de Deolane Bezerra ocorreu durante a operação “Integration”, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, em conjunto com outras unidades federativas, para investigar uma organização criminosa acusada de movimentar cerca de R$ 3 bilhões em jogos de azar e lavagem de dinheiro.
A concessão do habeas corpus baseou-se no artigo 318-A do Código Penal, que prevê a substituição de prisão preventiva por domiciliar em casos de gestantes, lactantes e mães de crianças menores de 12 anos, além de um habeas corpus coletivo do Supremo Tribunal Federal (STF), concedido em 2018. De acordo com a defesa de Deolane, a empresária se enquadra nesses requisitos. A mãe de Deolane, Solange Bezerra, também presa na operação, não foi incluída na decisão.
Deolane foi detida em um hotel no centro do Recife e é acusada de envolvimento no esquema por ter adquirido um carro de luxo, modelo Lamborghini Urus S, de Darwin Henrique, no valor de R$ 3,85 milhões. A operação, até o momento, já apreendeu veículos de luxo, aeronaves, joias e grandes quantidades de dinheiro em espécie. Segundo a Polícia Civil, a movimentação financeira da organização ultrapassou R$ 3 bilhões entre 2019 e 2023.
Desde a prisão, fãs da influenciadora permanecem em frente à unidade prisional manifestando apoio. A família de Deolane, incluindo suas irmãs Dayane e Daniele Bezerra, também vem mobilizando seguidores nas redes sociais. Dayane, em um vídeo postado no Instagram, comemorou a decisão em favor de Deolane, mas criticou a manutenção da prisão de sua mãe, alegando injustiça.
As investigações continuam, e a Polícia Civil segue apurando o envolvimento de outros suspeitos e a extensão do esquema, que envolveu o bloqueio de R$ 2,1 bilhões em ativos financeiros e a apreensão de dezenas de bens de luxo.
