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Infestação de caramujo-africano preocupara produtores do norte do ES

25 mar 2022 - 09:45

Redação Em Dia ES

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Especialistas recomendam o controle da praga que não tem predador natural
Produtores rurais do norte do Estado estão apreensivos com a infestação de caramujo-africano nas lavouras de café, pimenta-do-reino e mamão.  Segundo especialistas, o clima favorável, a ausência de predadores e alimento disponível tem favorecido o avanço da praga. 

“Essa praga é favorecida por alta umidade e excesso de matéria orgânica. Tivemos um excesso de chuva de outubro até agora e esse aumento da chuva fez também aumentar a matéria orgânica, o que favorece o desenvolvimento do caramujo-africano. Ausência de predadores e alimento disponível, isso tudo favoreceu para que essa população aumentasse muito”, explica Renan Queiroz, doutor em entomologia e pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Já o engenheiro agrônomo Marcilei Soares, que atua em São Mateus e Jaguaré, afirma que, além desses dois municípios, produtores de Vila Valério e Sooretama, também estão se queixando do problema. A maior preocupação no momento, segundo Marcilei, é a colheita de café que se aproxima. “Já estamos próximos da colheita e esse bicho é nojento, as fezes dele nos grãos de café, quando levadas para o secador, catingam. Além disso, temos o risco de doenças, não sabemos se pode ocorrer alguma contaminação”, destaca o agrônomo.

Problemas para mamoeiros
Para os produtores de mamão, o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), José Roberto Macedo Fontes, afirma que, no caso do mamão, o mais preocupante, além do prejuízo pelas perdas com as frutas, são as doenças que podem ser veiculadas através do mamão.
“Sem dúvida nenhuma causa prejuízo, porque o caramujo come parte do mamão e ele é descartado, para exportação então nem pensar. Agora o principal, e mais preocupante são doenças que podem ser veiculadas através do mamão e transmitir doenças, por isso os frutos de exportação precisam ser higienizados e lavados”, destaca Fontes.

Combate ao caramujo
Para Renan, a única coisa a se fazer são as medidas de controle. “Não tem o que fazer, pois não tem inimigo natural e clima favorável. São duas coisas que a gente não consegue controlar. O único método é fazer o controle. Se tivermos uma situação agora de diminuição de chuvas e, consequentemente, umidade, a população tenderá a diminuir”, pontua o pesquisador.

Caramujo-africano
O caramujo-africano foi introduzido no Brasil na década de 1980, com o objetivo de ser utilizado na culinária, como uma alternativa ao caracol escargot. Porém, por causa da pouca aceitação no mercado e com o alto desenvolvimento da praga, devido à falta de inimigos naturais e ao clima favorável para a sua reprodução, até os dias de hoje o caramujo-africano prejudica as lavouras capixabas, uma vez que se alimenta de culturas economicamente importantes para o Estado e para os agricultores.

Com informações do portal Conexão Safra
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Atualizado: 25/03/2022 09:45

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