Em 2018, de acordo com o IBGE, 74,7% das pessoas já acessavam a internet, um avanço considerável com relação aos quase 70% alcançados em 2017
A inclusão digital da população brasileira continua avançando, mas não com a mesma velocidade em todo o país. Em 2018, de acordo com o IBGE, 74,7% das pessoas já acessavam a internet, um avanço considerável com relação aos quase 70% alcançados em 2017. Mas isso também significa que quase 25% da nossa população ainda não utilizava a rede, tão essencial para obter informações e realizar de forma facilitada uma série de serviços.
Já com relação aos domicílios, mais de 79% deles tinham acesso à internet em 2018 – cerca de 4 ponto percentual a mais do que o verificado no ano anterior. Esse número passa de 86% nas zonas urbanas das regiões sudeste e centro oeste, mas não chega a 45% na área rural do nordeste, e fica em torno de 33% na zona rural do norte do país. A gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, Maria Lucia Vieira, diz que um olhar sobre as motivações ajuda a entender essa discrepância.
Nas zonas rurais de maneira geral, onde cerca de 20% dos domicílios ainda não tem acesso à internet, a ausência do serviço é uma justificativa relevante, alegada em quase 21% dos casos. Já entre os pouco mais de 16% dos lares urbanos sem acesso à rede, esse motivo é relatado em apenas 1% dos domicílios. Nesse recorte, a principal motivação para se manter de fora da internet é a falta de interesse, com quase 40%.
Em outras análises, o suplemento sobre Tecnologia da Informação e Comunicação confirma algumas tendências, como o avanço das plataformas de exibição de filmes e séries. De acordo com Maria Lucia Vieira, essa é a principal razão para o uso da televisão como equipamento de acesso à internet ter apresentado o maior crescimento.
“Ainda não é grande, está em 23%, mas é o que mais cresceu, pois antes era 16%. Isso está bem alinhado com os motivos para acessar a Internet. Oitenta e seis por cento das pessoas alegaram que acessam a rede para assistir vídeos e séries”.
Mas nenhum equipamento é páreo para o telefone celular. Em 2018, 99,2% dos domicílios com acesso à internet utilizavam o aparelho, e em 45,5% deles essa era a única forma de acesso. Complementando essa informação, a conexão por banda larga móvel subiu de 78,6% para 80,2% em um ano. Na região norte, a soberania do telefone celular é ainda mais expressiva, com o uso do 3G ou 4G chegando próximo de 90%, enquanto a banda larga fixa ficou em 53,4% – bem abaixo dos quase 76% verificados em todo o país.