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Gari capixaba que dormia duas horas por dia para estudar passa em concurso

22 maio 2024 - 15:27

Redação Em Dia ES

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Após cinco anos de dedicação aos estudos, Matheus aguarda para iniciar sua nova função em um presídio, onde receberá um salário de R$ 4.717
Gari capixaba que dormia duas horas por dia para estudar passa em concurso. Foto: Kadidja Fernandes/A Tribuna

De gari a servidor público estadual. Assim se resume a história de Matheus Otoni, de 26 anos, que foi aprovado em um concurso público do Espírito Santo.

Após cinco anos de dedicação aos estudos, Matheus agora aguarda ansiosamente para iniciar sua nova função em um presídio, onde receberá um salário de R$ 4.717, além de um auxílio-alimentação de R$ 600.

Ao jornal A Tribuna, Matheus contou um pouco da sua história e rotina de estudos.

O futuro servidor tem nível médio de escolaridade, participou de um programa social voltado para o ensino da música, onde aprendeu a tocar trompete e, antes de ser gari, chegou a vender chup-chup na praia. Desde os 20 anos, Matheus trabalha como gari para ajudar nas despesas de casa. “Precisava trabalhar por conta da minha idade. Morava com minha mãe e tinha que ajudar em casa”, conta ele.

A decisão de se dedicar aos concursos públicos veio após concluir o ensino médio no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Sempre quis estar nessa área, só não sabia como. Depois descobri que tinha que fazer uma prova e comecei a focar nisso”, explica Matheus.

A rotina de estudos foi intensa e exigiu sacrifícios.

“Quando o edital do concurso saiu, eu já estava estudando no JusCursos (curso preparatório), porém intensifiquei os estudos porque queria muito passar. Passei a dormir duas horas por dia. Eu chegava do curso às 22h20, estudava até as 2 horas da madrugada e acordava às 04h40 para trabalhar, pois pego cedo no serviço. No meu almoço também estudava, e gravava as aulas no curso para escutar no fone enquanto trabalhava e assim consegui a aprovação. O edital saiu em agosto e foi assim até a prova. Durante uns 60 dias foi essa rotina”, relata.

Durante 60 dias, essa foi sua rotina até a prova. Matheus destaca o apoio que recebeu durante esse período. “Tive um apoio ferrenho, principalmente do (José) Quirino, que me deu praticamente uma mentoria. Tive auxílio também da coordenadora do próprio curso, a Jullyanna (Jacobsen). Eles não mediram esforços para me ajudar”, agradece.

Agora, Matheus espera ansioso pela nomeação e pelo início de sua carreira no serviço público, deixando para trás o carrinho de lixo e a vassoura. “Estou bem ansioso. De verdade, é um sonho”, conclui.

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Atualizado 22 maio 2024 - 16:50

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