O Vaticano anunciou nesta quinta-feira (8) que a Igreja Católica tem um novo papa. Às 13h08 (horário de Brasília), a fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, indicando ao mundo que os 133 cardeais reunidos em conclave chegaram a um consenso sobre quem será o sucessor de Francisco. O nome do novo pontífice ainda não foi divulgado.
A eleição ocorreu no segundo dia de votações secretas, após três rodadas sem consenso e duas fumaças pretas. O sinal da escolha foi seguido imediatamente pelos sinos da Basílica de São Pedro e uma explosão de aplausos da multidão reunida na Praça São Pedro. Muitos fiéis aguardavam desde a madrugada pelo desfecho do conclave.
Próximos passos
Em breve, o cardeal protodiácono, Dominique Mamberti, deverá surgir na varanda central da Basílica de São Pedro para proclamar oficialmente o “Habemus Papam!” — expressão latina que significa “temos um papa”. Nesse anúncio, ele revelará o nome do cardeal eleito e qual será o nome papal escolhido.
Minutos após o anúncio, o novo pontífice aparecerá ao público para sua primeira oração como líder da Igreja Católica. Ele também concederá a tradicional bênção “Urbi et Orbi” (“à cidade e ao mundo”), que marca oficialmente o início de seu pontificado.
Nos bastidores, antes de sua primeira aparição pública, o novo papa permanece por alguns instantes na chamada “sala das lágrimas”, localizada à esquerda do altar maior da Capela Sistina, sob o afresco “Juízo Final”, de Michelangelo. Nesse momento, ele tem um espaço privado para reflexão e preparação.
A primeira missa do novo pontífice deve ocorrer dentro de quatro a cinco dias.
A eleição
A escolha do novo papa seguiu o rito determinado pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, que rege os conclaves. Participaram do processo 133 cardeais com menos de 80 anos, vindos de diversas partes do mundo. Sete deles são brasileiros: Dom Paulo Cezar Costa, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Dom Odilo Scherer, Dom Jaime Spengler, Dom Sérgio da Rocha, Dom Orani Tempesta e Dom João Aviz.
A eleição exigiu ao menos dois terços dos votos — ou seja, 89 votos favoráveis. Os cardeais estão proibidos de se abster e não podem votar em si mesmos. Caso não houvesse consenso após três dias de votação, o conclave permitiria uma pausa de 24 horas para oração e reflexão.
O conclave deste ano foi convocado após a morte do papa Francisco, ocorrida no dia 21 de abril, aos 88 anos, vítima de um AVC e insuficiência cardíaca. Francisco foi eleito em 2013, também no segundo dia de conclave, após cinco rodadas de votação. Antes dele, Bento XVI e João Paulo I também foram eleitos com quatro escrutínios.
Tradição e expectativa
A duração do conclave é historicamente imprevisível. No século XIII, foram necessários mais de mil dias para a escolha de Gregório X. Em contraste, o papa Júlio II foi eleito em apenas 10 horas, em 1503. Desde o século XX, o tempo médio de escolha tem sido de três dias.
O processo ocorre em completo isolamento. Os cardeais não têm acesso a dispositivos eletrônicos e depositam seus votos manualmente, de forma sigilosa. A intenção é garantir um ambiente de oração e discernimento livre de influências externas. Nas próximas horas, a identidade do novo papa será revelada ao mundo.