A Festa da Penha 2025 chegou ao fim nesta segunda-feira (28), no dia da padroeira do Espírito Santo, e consolidou o tema “Peregrinos da Esperança”, reforçando o espírito de fé e devoção entre os fiéis. A tradicional festa contou com cerca de 14 romarias, mais de 50 missas e uma série de atividades voltadas para a fé e a integração social, com destaque para a experiência inédita da Penha Peregrina. A missa de encerramento somou cerca de 250 mil pessoas no Parque da Prainha, em Vila Velha.
Mais cedo, em conversa com a imprensa, Dom Andherson Franklin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória, explicou que a Arquidiocese acompanhou o movimento global da Igreja Católica, trazendo para a Festa da Penha o tema do Jubileu de 2025, proclamado pelo Papa Francisco, sob o lema “Peregrinos da Esperança”.
“Cada peregrino e cada peregrina, desde as crianças pequenas carregadas nos colos dos pais, nas cadeirinhas de rodas, até os idosos e aqueles que, de alguma forma, se sentiam atraídos a caminhar conosco, se sentiram acompanhados”, disse o bispo ao Em Dia ES, ressaltando ainda que Maria, como primeira grande peregrina, foi a inspiração central da celebração.
Segundo Frei Gabriel Dellandrea, o tema da festa foi inspirado diretamente no espírito do Jubileu. “Poder ver Maria como inspiração para essa peregrinação foi, com certeza, um grande ganho para nós nesta festa, ajudando-nos a viver essa espiritualidade”, afirmou. Ele destacou que a programação contou com diversas romarias e missas, mas enfatizou que a principal novidade foi a Penha Peregrina: durante cinco dias, a imagem de Nossa Senhora da Penha visitou locais importantes para a fé católica no Estado, como a Paróquia Nossa Senhora da Penha, em Flexal; o Santuário Nacional de São José de Anchieta, em Anchieta; a Serra Sede; o Hospital Santa Rita Yucan, em Vitória; e a Penitenciária Feminina.
Esperança como legado da festa
Frei Gustavo Wayand Medella destacou a dimensão espiritual da Festa da Penha, ressaltando que os participantes “levaram em troca as esperanças generosas que a Mãe de Deus distribui”. Ele lembrou que a esperança “não estaciona”, mas impulsiona os fiéis a seguirem em frente: “A esperança não decepciona, e é nessa coragem que queremos seguir adiante, dando o nosso melhor para que o Reino de Deus aconteça”.
Sobre a organização, Frei Gustavo informou que cerca de 400 a 500 voluntários trabalharam diretamente no evento, além de trabalhadores e lideranças de outras paróquias que se somaram às equipes em dias específicos.
Evangelização pela música na programação
O padre Reginaldo Manzotti, que encerrou o evento com seu show, destacou a importância da música como ferramenta de evangelização em grandes celebrações: “Quando eu comecei a cantar, foi exatamente para tentar atrair novos públicos. Porque uma coisa é você falar para as pessoas que vão à igreja; outra coisa é falar para as pessoas que não vão. E a música tem esse poder”.
Segundo ele, a música congrega todas as idades e facilita a propagação da fé em eventos de grande porte como a Festa da Penha.
Primeiro ano de Dom Ângelo como arcebispo na festa
Dom Ângelo Ademir Mezzarim que participou pela primeira vez da Festa da Penha como arcebispo da Arquidiocese de Vitória, descreveu ao Em Dia ES sua emoção: “Encheu meu coração de alegria. Me fez descobrir e ver a grandiosidade dessa festa.” O arcebispo enfatizou o papel de Maria como símbolo de esperança e fraternidade para o povo capixaba e deixou uma mensagem: “Continuem firmes e fortes na fé. Mantenham viva a devoção à Nossa Senhora da Penha.”
Dom Ângelo ressaltou a importância simbólica da edição de 2025, marcada pela morte do Papa Francisco.“A morte do Papa Francisco nos fez recordar o que ele ensinou e os gestos que realizou. Tanto assim que, todos os dias e em todos os momentos — não apenas nas celebrações — ele foi lembrado com muito carinho”, afirmou.
O arcebispo destacou que a festa incorporou os valores do pontífice, como a proximidade, o cuidado com os mais pobres e a promoção da fraternidade e da misericórdia. “Portanto, podemos dizer que, não apenas pelos números, mas pelas diversas manifestações e momentos, a programação intensa, variada e bastante eclética permitiu que todos pudessem manifestar sua fé”, avaliou.
Dom Ângelo acrescentou que a experiência encheu seu coração de alegria e permitiu conhecer a grandiosidade da devoção mariana no Espírito Santo. “A devoção a Nossa Senhora da Penha está presente nas raízes, na cultura e na vida desse povo capixaba”, disse. O arcebispo reforçou que Maria é fonte de unidade e fraternidade, ressaltando valores essenciais para a sociedade: “Através de Maria, podemos viver um mundo de esperança e de paz”.
Autoridades marcam presença no último dia do oitavário
O prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, frisou o apoio da administração municipal à estrutura da festa: “Estamos falando da Guarda Municipal presente todos os dias, da fiscalização, da limpeza urbana e da equipe de saúde que realizou programas de vacinação, acolhendo quem precisava de atendimento”, explicou.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, também destacou o papel da festa para a cultura e a economia capixaba. “Ela também tem um papel econômico, porque é uma razão para fortalecermos o turismo no nosso estado”, afirmou. Ele reforçou ainda a importância da fé para a união familiar e a construção da paz social.
O vice-governador Ricardo Ferraço acrescentou que a Festa da Penha é um momento de reafirmação da fé e de gratidão pelas conquistas do povo capixaba. “É a mais importante festa em que nós consagramos Nossa Senhora da Penha, onde reforçamos toda a nossa fé, nossa confiança e nossa esperança”, disse.