Essa estatística equivale a 36% dos casos registrados durante todo o ano de 2019 (33)
Em pouco mais de sete meses da pandemia de Covid-19, de março até esta quarta-feira (7), foram reportados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) do Espírito Santo 12 casos de feminicídio. Essa estatística equivale a 36% dos casos registrados durante todo o ano de 2019 (33).
Por outro lado, para o período de janeiro a outubro, segundo informações da Sesp, o estado registra o menor índice de feminicídios, desde que se começou a monitorar o tema. Em resposta ao ESHOJE, a pasta ressaltou que o Espírito Santo apresentou “uma redução de 37% em relação ao ano passado”.
A reportagem não contabilizou os anos de 2014 e 2015 em razão de não terem sido registrados, segundo a pasta de Segurança Pública e Defesa Social do estado, nenhum caso de feminicídio.
Dentro deste cenário, e a partir do monitoramento “Um vírus e duas guerras” feito por parceria entre sete veículos de jornalismo independente, que visa monitorar a evolução da violência contra a mulher durante a pandemia, os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo ficaram entre os 12 que reduziram a taxa de feminicídio nos primeiros cinco meses da pandemia no Brasil.
Além disso, segundo o monitoramento, o Espírito Santo está, também, entre os 12 que não coletam informações sobre a raça das vítimas.
Por meio de nota, a Sesp informou: “os dados publicizados são publicados de acordo com o que prevê a legislação. Mas há um monitoramento de todos os casos, georreferenciados e separados por raça, relação com autor, tipo de arma utilizada, faixa etária, dia, hora”.
Perfil das vítimas
A partir dessa afirmativa e de informações obtidas pela reportagem, 29% dos femicídios, até o momento em 2020, são de mulheres brancas e pardas; 24% não informado; e 18% são negras.
Em relação à faixa etária, até o momento, 18% das vítimas têm entre 15 e 19 anos e 25 e 39 anos, de acordo com informações da Sesp.
A pasta também informa que em 36% dos casos o crime foi praticado pelo ex-marido ou companheiro, sendo que do número total, 63% utilizaram arma branca, entre elas facas, canivetes e demais objetos cortantes.
Brasil
Nos primeiros seis meses, desde o início da pandemia da Covid-19, em março, três mulheres foram mortas a cada dia, em crimes motivados pela condição de gênero, que caracteriza feminicídio, segundo o monitoramento “Um vírus e duas guerras”.
São Paulo (79), Minas Gerais (64) e Bahia (49) foram os estados que registraram maior número absoluto de casos no período. No total, os estados que fazem parte do levantamento registraram redução de 6% no número de casos em comparação com o mesmo período do ano passado.