Nesta segunda-feira (30), o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), o secretário de Segurança Pública, Leonardo Damasceno, e Álvaro Duboc, Secretário de Estado de Economia e Planejamento do Espírito Santo e coordenador do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, divulgaram os resultados da segurança pública no ano de 2024 em coletiva realizada no Palácio Anchieta, em Vitória.
Os dados apontam uma redução histórica nos índices de homicídios e crimes patrimoniais, além de ações estratégicas do Programa Estado Presente.
Casagrande abriu a coletiva abordando a recente discussão em torno do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que regula o uso da força pelas polícias de todo o país, emitido na última semana.
O governador capixaba afirmou que, apesar da ausência de um diálogo mais estreito com os governadores e as equipes de segurança dos estados, o governo capixaba não vê dificuldades com o decreto.
“Nós já cumprimos aquelas normas e as regras e os procedimentos de emprego gradativo das forças, na hora de um evento que exige a ação das nossas forças de segurança. Então, o decreto para nós é inócuo, porque nossas forças já cumprem aquilo que está previsto”, declarou. O governador enfatizou a importância de evitar a politização do tema, argumentando que “quanto mais você politiza, quanto mais ideologia você coloca, pior é para o trabalho das forças de segurança”.
Em seguida, Casagrande iniciou a apresentação dos dado. Segundo o Governo do Estado, Espírito Santo registrou, até o momento, 845 homicídios dolosos em 2024, o menor número da série histórica desde 1996. Em 2009, o estado contabilizava 58 homicídios por 100 mil habitantes, totalizando mais de 2 mil casos por ano. Este ano, a taxa caiu para 20,6 homicídios por 100 mil habitantes, ficando pela primeira vez abaixo da média nacional, que está em torno de 24 homicídios por 100 mil habitantes.
Leonardo Damasceno destacou que o total de crimes letais intencionais — incluindo homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte — chegou a 894 casos, uma redução de 13,3% em relação a 2023. Ele atribuiu o resultado ao trabalho integrado das forças de segurança e à aplicação do Programa Estado Presente.
O governador enfatizou o investimento em tecnologia, como o uso de biometria facial, equipamentos avançados, armamento e infraestrutura, além da valorização profissional das forças de segurança. “Nossas forças estão equipadas e orientadas para enfrentar grupos criminosos cada vez mais organizados”, disse.
Entre as ações mencionadas está a prisão de homicidas e a apreensão de armas de fogo. Em 2024, foram realizadas 1.287 prisões qualificadas e apreendidas 20 armas de alto poder destrutivo, como fuzis e carabinas.
Os crimes patrimoniais, que impactam diretamente a sensação de segurança da população, também apresentaram queda significativa. O total de ocorrências caiu 22,3%, passando de 34 mil em 2023 para 26.973 em 2024.
Desafios e feminicídios
Apesar dos avanços, Casagrande ressaltou que o combate ao feminicídio e à violência contra a mulher continua sendo um desafio. Em 2024, o estado registrou aumento de cinco casos de homicídios de mulheres e três feminicídios em relação ao ano anterior. Para enfrentar o problema, foram criadas a Companhia Independente da Mulher e novas estruturas na Polícia Civil, como a futura Superintendência da Mulher.
“É uma questão cultural que exige educação e enfrentamento à impunidade. Estamos fortalecendo medidas para reduzir essa violência”, disse o governador.
O Programa Estado Presente, lançado em 2011, foi destacado como o pilar da política de segurança pública do estado, com ações integradas que envolvem diferentes secretarias e instituições. O governador enfatizou que a continuidade do programa é essencial para consolidar os resultados.
“Os dados nos impõem a responsabilidade de seguir avançando. A população experimenta os resultados e não pode haver retrocesso. Esse trabalho integrado é o caminho para levar mais paz à sociedade capixaba”, concluiu Casagrande.
