Embora ainda estejamos no mês de julho, já chegamos a 72.166 registros, números que continuarão a crescer até dezembro. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a explicação para isso é a entrada do sorotipo 4 isolado no Espírito Santo no ano passado.
Como esse tipo de vírus não circulava por aqui, praticamente todos os capixabas estavam – e ainda estão – suscetíveis a ele. “Quando um paciente fica doente, cria imunidade contra o sorotipo que o acometeu. Então, nesses últimos quase vinte anos, o capixaba foi sensibilizado contra os tipos 1, 2 e 3 da dengue”, lembra a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesa, Gilsa Rodrigues.
Os 72.166 casos notificados até o dia 13 de julho ultrapassa em muito os 54.648 registrados em 2011, até então considerados os mais altos (veja gráfico abaixo). “Desde quando o sorotipo 4 circulava na fronteira do Brasil, começamos a trabalhar a intensificação das ações de prevenção e a possibilidade de vivenciarmos grandes surtos e epidemias quando o novo sorotipo entrasse no nosso Estado, alertando a população”, ressalta a coordenadora.
Combate
Como 74% dos focos do mosquito estão dentro de casa, Gilsa Rodrigues orienta que os capixabas elejam um dia da semana para vistoriar a residência à procura de reservatórios e interromper o ciclo reprodutivo. Essa medida evita o surgimento de novos vetores, já que demoram cerca de nove dias para se desenvolverem do ovo à fase adulta.
“Nós teremos casos de dengue diminuindo até outubro e início de novembro, depois começam a aumentar de novo com a chegada do verão. Então, o período que estamos agora é excelente para trabalhar a prevenção, já que estamos no inverno com a temperatura mais amena. Se isso for feito, entraremos no verão com menos casos”, explica Gilsa.
Óbitos
Embora velha conhecida das pessoas, a dengue ainda vem causando mortes no Espírito Santo. Em 2009, foi quando se registrou o maior número de óbitos: 63. Em 2013, até a segunda semana de julho, a doença matou 19 capixabas (veja abaixo). Em termos proporcionais ao número de casos de dengue clássica, há uma redução, mas o número poderia ser nulo.
Número de óbitos
2008 – 16
2009 – 63
2010 – 17
2011 – 25
2012 – 11
2013 – 19
Fonte: Folha Vitória