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A MRS Logística anunciou interesse em investir na construção da Ferrovia EF-118, que conectará o Espírito Santo ao Rio de Janeiro. A declaração foi feita nesta terça-feira (18) durante o Seminário Infraestrutura e Logística – Espírito Santo como solução logística para o Brasil, promovido pelo LIDE ES em Vitória.
O secretário nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, Leonardo Ribeiro, explicou que a EF-118 passou por audiências públicas e aguarda análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo Ribeiro, a ferrovia será implantada sob um modelo inédito no Brasil, financiado pela iniciativa privada. “Esse modelo de implantação de ferrovias é inédito no país. A iniciativa privada investirá na implantação de uma ferrovia greenfield (projeto construído desde o início, sem estruturas prévias)”, afirmou.
O superintendente de Transporte Ferroviário da ANTT, Alessandro Baumgartner, detalhou o andamento do projeto, informando que o edital deve ser enviado ao TCU no terceiro trimestre de 2024, com leilão previsto para o primeiro trimestre de 2026. “A EF-118 é o projeto mais avançado que temos atualmente”, declarou.
O evento foi conduzido pelo presidente do LIDE ES, Thiago Santos, e contou com a presença do Head LIDE Transportes e conselheiro de Infraestrutura da Fiesp, Rodrigo Vilaça, que mediou um debate sobre ferrovias. Segundo Vilaça, o objetivo é criar um espaço estratégico para discussão entre líderes empresariais e públicos.
O presidente da Findes e conselheiro do LIDE ES, Paulo Baraona, destacou que o Espírito Santo já se sobressai por seu complexo portuário e ambiente de negócios. “Mas podemos ir muito além se avançarmos na agenda da infraestrutura. A Findes acredita que a integração logística é o melhor resultado que podemos ter não só para o Espírito Santo, mas para o Brasil como um todo. O nosso estado é a solução logística para o país”, disse.
O vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço, reforçou a importância da EF-118, especialmente do ramal Anchieta-Presidente Kennedy, além da necessidade de revisão da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Ele cobrou celeridade no cumprimento dos prazos.
Os secretários estaduais Sérgio Vidigal (Desenvolvimento) e Fábio Damasceno (Mobilidade Urbana e Infraestrutura) ressaltaram investimentos no estado em rodovias, aeroportos e projetos como o Parklog, voltado à eficiência portuária. Entretanto, enfatizaram a necessidade de mais investimentos ferroviários. “O Espírito Santo está pronto para receber novos investimentos, mas o apoio do governo federal e da iniciativa privada é essencial”, afirmaram.
Representantes dos portos do Espírito Santo também participaram do seminário. Gustavo Paixão, diretor-geral dos terminais da TVV/Log-In, informou sobre a expansão do terminal, que em 2023 foi o segundo no mundo a receber mais veículos elétricos chineses.
Pedro Benevides, diretor comercial e de novos negócios da Vports, destacou a importância de manter cargas estratégicas no estado e otimizar ativos logísticos. O CEO da Imetame Logística Porto, Gilson Pereira, mencionou a aprovação federal para a relocação da Zona de Processamento para Exportação (ZPE) de Aracruz, aproximando-a dos portos.
Fabrício Cardoso, fundador e conselheiro do Porto Central, abordou a relevância da EF-118 e do projeto da ferrovia ES-352, que conectará o Porto Central a Minas Gerais e Goiás, com possibilidade de expansão para Mato Grosso. “É um projeto estratégico para o escoamento de commodities, como grãos e minérios, fortalecendo a integração logística entre o porto e o interior do país”, afirmou.
Sobre a Ferrovia
A Ferrovia EF-118 é um projeto estratégico para o transporte ferroviário brasileiro, planejado para ligar o Espírito Santo ao Rio de Janeiro. Com aproximadamente 600 km de extensão, a ferrovia visa integrar o sistema logístico nacional, proporcionando um corredor eficiente para o escoamento de cargas e impulsionando a economia regional.
A ferrovia faz parte do plano de expansão ferroviária do país e tem potencial para reduzir o tráfego rodoviário, diminuindo custos logísticos e impactos ambientais. O projeto prevê a criação de uma infraestrutura greenfield, ou seja, construída do zero, sem reaproveitamento de malhas existentes. A expectativa é que a EF-118 beneficie setores como mineração, agronegócio e indústria, além de otimizar o transporte de contêineres e produtos manufaturados.
O empreendimento já passou por audiências públicas e aguarda avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) antes do lançamento do edital para concessão. O leilão está previsto para 2026, e a expectativa é que a ferrovia entre em operação ainda na próxima década.
Linha do Tempo da Ferrovia EF-118
2012 – Primeiras discussões sobre a necessidade de uma ferrovia ligando o Espírito Santo ao Rio de Janeiro.
2015 – O projeto da EF-118 é incluído no Programa de Investimentos em Logística (PIL) do Governo Federal.
2019 – Realização de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental da ferrovia.
2022 – Primeiras audiências públicas são realizadas para debater o projeto.
2023 – O projeto recebe ajustes técnicos e é encaminhado para análise da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
2024 – Expectativa de envio do edital ao Tribunal de Contas da União (TCU) no terceiro trimestre.
2026 – Previsão de realização do leilão para concessão da ferrovia.
2030 (estimativa) – Possível conclusão da obra e início da operação da EF-118.
